tag:blogger.com,1999:blog-57103962024-03-05T06:10:04.756-03:00Morte e vida bailarinaAmanda Queiróshttp://www.blogger.com/profile/07517978738668826432noreply@blogger.comBlogger84125tag:blogger.com,1999:blog-5710396.post-43037104874983494172014-11-16T19:09:00.002-02:002014-11-16T19:09:41.363-02:00Novíssimos<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgO1TSGsuYC4vl4JkktoMiOORwGkZ0v9r2NIULRxOgKH-ZnXtnoKP6JSGwYyJLil6XVQ-WDoZwn_b6s4wkwXFw0HCFKVIQd5xUwnGrIKViuWYxw-Ky-O0ca7iCDCxyyzCmNDrzBIA/s1600/gen.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgO1TSGsuYC4vl4JkktoMiOORwGkZ0v9r2NIULRxOgKH-ZnXtnoKP6JSGwYyJLil6XVQ-WDoZwn_b6s4wkwXFw0HCFKVIQd5xUwnGrIKViuWYxw-Ky-O0ca7iCDCxyyzCmNDrzBIA/s1600/gen.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Cena de "GEN", de Cassilene Abranches | Crédito: Divulgação</td></tr>
</tbody></table>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.15; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;">
<span style="font-family: Arial; font-size: 15px; line-height: 1.15; white-space: pre-wrap;">Concebido em 2012, o Ateliê de Coreógrafos Brasileiros da São Paulo Companhia de Dança (SPCD) convoca criadores de diversas partes do país para conversar com seu elenco. Este ano foram dois convidados: a paulista radicada em Minas Gerais Cassilene Abranches e o carioca radicado em São Paulo Rafael Gomes. Ambos têm algo em comum: após anos na pele de intérpretes - ela no Grupo Corpo, ele na Cia de Dança Deborah Colker e na própria SPCD -, os dois estão começando agora a experimentar o gosto da coreografia. O resultado foi apresentado no Teatro Sérgio Cardoso, em São Paulo, entre os dias 13 e 16 de novembro. </span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.15; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;">
<span style="font-family: Arial; font-size: 15px; line-height: 1.15; white-space: pre-wrap;"><br /></span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.15; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;">
<span style="font-family: Arial; font-size: 15px; line-height: 1.15; white-space: pre-wrap;">Em vez de negar sua origem, Cassilene a coloca em evidência desde o título de "GEN". É com a ideia de rito de passagem e mudança que ela se aproximou da criação do novo trabalho da São Paulo Companhia de Dança. Há ali muito do Grupo Corpo, evidenciado, principalmente, no modo como os bailarinos se deslocam pelo palco, no peso com que executam saltos e na circularidade na concepção dos movimentos. Há, porém, uma musicalidade diferente, ainda extremamente melódica, mas influenciada pela rítmica do rock com a qual Marcelo Jeneci preparou a trilha. E esse elemento, por si só, já transforma tudo e joga para longe a sensação de se estar vendo algo genérico. Cassi faz um uso inteligente do espaço do palco e demonstra perspicácia na condução dramatúrgica, com um equilíbrio de conjuntos com solos, duos e quartetos, todos bem delineados pela iluminação de Gabriel Pederneiras, em uma obra que, no entanto, ainda precisa ser azeitada com bons ensaios para alcançar mais fluidez poética e dirimir falhas simples de execução. </span></div>
<b id="docs-internal-guid-1e5a5641-ba45-4b35-21f9-e18ac2c4c2ea" style="font-weight: normal;"><br /></b>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.15; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Arial; font-size: 15px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Já "Bingo!" é a melhor coisa que poderia ter acontecido à SPCD neste momento em que começa a encontrar sua voz, alinhada a trabalhos que fundem precisão e agilidade com lirismo. É uma peça ruidosa, por vezes poluída e cheia de excessos, mas com uma energia completamente singular em relação às demais obras já dançadas pelo grupo. O que há de mais precioso na criação de Rafael Gomes é justamente levar para o palco essa força tão inerente à vida - palpável e real - e que raramente chega assim tão pura e crua à cena devido aos vários filtros que se instalam durante o processo coreográfico.</span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.15; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Arial; font-size: 15px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"> </span></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjRGfUx3jyYdk0NcFgW_PGYV248x0I90MzVrCRcmaS0RA-YxCA_281dNQGv9Ke_D_QGd8WcDJwsHw7DWRf-o4sLEAY_xQg76nP-MoUfMkqvnu_diT2e5q26lVmD2vqRSFbTdZSpzw/s1600/bingo.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjRGfUx3jyYdk0NcFgW_PGYV248x0I90MzVrCRcmaS0RA-YxCA_281dNQGv9Ke_D_QGd8WcDJwsHw7DWRf-o4sLEAY_xQg76nP-MoUfMkqvnu_diT2e5q26lVmD2vqRSFbTdZSpzw/s1600/bingo.jpg" height="213" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Rafael Gomes à frente do elenco de "Bingo!" | <br />Crédito: Silvia Machado/Divulgação</td></tr>
</tbody></table>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.15; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Arial; font-size: 15px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Colocar um dançarino da companhia para criar para (e com) os colegas é um risco e uma aposta pelo peso da responsabilidade, mas talvez tenha sido justamente o fato de estar tão embrenhado nesse organismo e entender o funcionamento dele que o fez se sentir livre para transgredir de certa maneira. Em vez de apequenar-se, Gomes dá uma resposta cênica muito concreta de alguém da sua geração para o tempo que vive.</span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.15; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Arial; font-size: 15px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.15; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Arial; font-size: 15px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Há humor, com movimentos quase de brincadeiras infantis. Há ironia, com óculos escuros que geram "carões" à la SPFW. Há violência, com duos no limite da misoginia em que homens jogam mulheres em pegadas que ora projetam energia para fora e ora para dentro dos corpos dos bailarinos. E há a formação de um vocabulário coreográfico duro e seco que se repete alternadamente durante a obra.</span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.15; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Arial; font-size: 15px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span></div>
<span style="font-family: Arial; font-size: 15px; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">São tantas referências em cena que por vezes fica tudo um pouco confuso, seja pela falta de uniformidade nos figurinos pinçados do street wear de Alexandre Herchcovitch, pela grande quantidade de gente em cena fazendo movimentos diferentes ao mesmo tempo, pelas intevenções do DJ Hisato em músicas já muito impregnadas no imaginário, como "The End", do The Doors, ou "Take Five", imortalizada por Dave Brubeck, ou mesmo pelo cenário em que a configuração de neons criados por Kleber Matheus se altera a cada cena. Mas essa avalanche de informações é parte inerente do universo que Rafael Gomes quer retratar, que mescla o lado fútil da moda com o barulhento underground das baladas. Então, por que não tentar e bagunçar tudo? Ver um coreógrafo nascer sem medo de arriscar - e poder fazê-lo dentro de casa - é certamente animador.</span>Amanda Queiróshttp://www.blogger.com/profile/07517978738668826432noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5710396.post-82388056259458761172014-07-06T23:05:00.000-03:002014-07-07T13:19:24.519-03:00A vida como ela é (no estúdio de balé)<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3pjdW_54Ys6XsRfBaCTMWZcpwtR0Cwdmfap5Qe8RSDW_KXddn_8QfWVhjrdow_xLbII4T6mOtvA1NIdRZeDVNlv3lijAAeKe41lhr4cMv-umD0KrkLH-S1Ct2r5H_JuYnEBgaKA/s1600/bunheads+2.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3pjdW_54Ys6XsRfBaCTMWZcpwtR0Cwdmfap5Qe8RSDW_KXddn_8QfWVhjrdow_xLbII4T6mOtvA1NIdRZeDVNlv3lijAAeKe41lhr4cMv-umD0KrkLH-S1Ct2r5H_JuYnEBgaKA/s1600/bunheads+2.jpg" height="320" width="225" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Kelly Bishop (esq.) e Sutton Foster vivem<br />
sogra e nora em "Bunheads" | Divulgação</td></tr>
</tbody></table>
É uma pena que "Bunheads" tenha durado apenas uma temporada, exatamente a que estreou hoje, sem muito alarde, na desprestigiada faixa do meio-dia, no canal Sony.<br />
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Produzida em 2012 pelo canal americano ABC Family, a série conquistou um público cativo nos Estados Unidos, mas em número insuficiente para engatilhar uma nova leva de episódios. Muitos jornalistas especialistas em TV apontaram que essa foi uma das maiores injustiças da temporada televisiva do ano passado. Até uma campanha de arrecadação de fundos no Kickstarter, que não vingou, foi cogitada para evitar o fim precoce da produção.<br />
<br />
Falo tudo isso só para ficar claro que não é corporativismo quando digo que "Bunheads" é uma das melhores coisas já filmadas com o balé como pano de fundo. É isso que faz a série não ser totalmente um autoplágio do maior sucesso da criadora Amy Sherman-Palladino, a série "Gilmore Girls".<br />
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As falas rápidas, recheadas de referências pop e autodepreciação continuam lá, assim como personagens excêntricos e uma protagonista quase idêntica à Lauren Graham. Ela é Michelle Simms (Sutton Foster), showgirl que abandona Las Vegas – e o sonho de ser bailarina profissional – para se casar com um admirador, com quem se muda para a pequena cidade de Paradise, onde ele mora com a mãe, Fanny Flowers (Kelly Bishop), dona de um... estúdio de balé. Apesar de viverem às turras, as duas encontram na dança um elo e tentam aprender a conviver uma com a outra.<br />
<br />
Sherman-Palladino tem um talento especial para misturar drama e comédia, bem como para equilibrar as várias tramas dos personagens centrais. Sim, é Michelle quem conduz a narrativa, mas parte essencial da série está na dinâmica do quarteto de alunas adolescentes, cada uma incorporando os arquétipos de qualquer escola de dança: a talentosa de nariz empinado, a gordinha inspirada que dança com a alma, a insegura e problemática, a que nem gosta tanto daquilo mas dança para ficar perto das amigas...<br />
<br />
Existem vários filmes que tematizam o lado mais profissional do balé, mas, em geral, essa é uma abordagem idealizada e completamente distante do dia a dia de uma sala de aula de dança. "Bunheads" se diferencia por se comunicar de verdade, de igual para igual, com os sonhos, as alegrias e as frustrações de milhares de garotas que calçam as sapatilhas diariamente mas, provavelmente, vão se tornar dentistas, corretoras de imóveis, jornalistas... E faz tudo isso sem cair no estereótipo barato, algo difícil quando o modo de narrar, como o escolhido aqui, é propositalmente artificial e exagerado.<br />
<br />
Além disso, há uma boa escolha das atrizes, que dançam com o nível e a qualidade técnica das estudantes que são na vida real (ou seja, nada exageradamente bom, nada exageradamente ruim), com boas coreografias originais de Marguerite Derricks (de "So You Think You Can Dance"), pensadas justamente para esse bailarino em formação, além de um roteiro com uma precisão impecável nos detalhes técnicos do balé, recheado de referências e anedotas que eu me veria fazendo e que, de tão específicas, soam quase como piada interna – o que, na real, só ajuda a criar intimidade e carinho pela série. <br />
<br />
"Bunheads" me representa. Representa as diferentes fases dos 20 anos que passei dentro da Academia de Ballet Regina Passos. E eu daria de bom grado alguns tostões para me emocionar vendo um pouco mais disso na ficção.<br />
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Os 18 episódios da primeira e única temporada estão sendo exibidos no Sony em maratonas de quatro episódios seguidos, a partir do meio-dia, todos os domingos, dublados em português. Ainda não há reprises agendadas.<br />
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<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjg0rLBtIuhQ6AHPol_l7d1nOE5ZsHx9Go2D5RL_2y30IrWV6LmBmshAnw998vzocQQx28AMiCjUhLyE44wFruBHUyN9vhAann8r7u6G-g1-sCXAXfnXrM6a6qSCpO32XtTTUKAYg/s1600/bunheads+1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjg0rLBtIuhQ6AHPol_l7d1nOE5ZsHx9Go2D5RL_2y30IrWV6LmBmshAnw998vzocQQx28AMiCjUhLyE44wFruBHUyN9vhAann8r7u6G-g1-sCXAXfnXrM6a6qSCpO32XtTTUKAYg/s1600/bunheads+1.jpg" height="456" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Em primeiro plano, da esq. para a dir., Julia Goldani Telles, Bailey Buntain, Emma Dumont e Kaitlyn Jenkins | Divulgação</td></tr>
</tbody></table>
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P.S.: Tá vendo a garota de moletom aí acima? Ela vive Sasha, uma das alunas mais inspiradas de Fanny Flowers em "Bunheads". E a atriz que a encarna, imagine só, nasceu no Rio! <a href="https://twitter.com/JuliaGTelles" target="_blank">Julia Goldani Telles</a> é filha de mãe brasileira e começou a estudar balé ainda no país, de onde se mudou aos seis anos para os Estados Unidos, onde continuou o aprendizado na School of American Ballet. Encontrei uma matéria ótima da BBC Brasil em que a atriz fala um pouco dessa relação com nossa pátria. Dá pra ler <a href="http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/09/120913_atriz_brasileira_lh.shtml" target="_blank">aqui</a>.<br />
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<br />Amanda Queiróshttp://www.blogger.com/profile/07517978738668826432noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5710396.post-79024953540159350772014-05-30T10:07:00.001-03:002024-02-18T10:27:04.743-03:00Dançar com Coragem<p><br /></p><p><span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;"><i>por Amanda Queirós</i></span></p><div class="ii gt" id=":2vw" jslog="20277; u014N:xr6bB; 1:WyIjdGhyZWFkLWY6MTQ2NzU5MjgzNTkwMzkwNjIxOCJd; 4:WyIjbXNnLWY6MTQ2NzU5MjgzNTkwMzkwNjIxOCJd" style="background-color: white; color: #222222; direction: ltr; font-family: "Google Sans", Roboto, RobotoDraft, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 0.875rem; margin: 8px 0px 0px; overflow-x: hidden; padding: 0px; position: relative;"><div class="a3s aiL " id=":2vx" style="direction: initial; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-size: small; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: 1.5; overflow: auto hidden; position: relative;"><div dir="ltr"><div><span style="text-indent: 35.4pt;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhW0tXr810HhSmAwNLZgcmCTR_sJgGF-X2MfkA6OMwQguftPxJOID9lB9LUODR6QWerB5vWiJRAMEUKHb6b6u9jlq8bPbWdSML5ivEwQyXgQRYz4PxNIGkOQ0V6xBbu4IW95TUaFs3qJsSCJvb2xdcUypy_KvG7nx_N-9mg4ICghtzljDjAbfAEHw/s630/Louise%20Lecavalier%20em%20So%20Blue%20cred%20Divulga%C3%A7%C3%A3o.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="630" data-original-width="630" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhW0tXr810HhSmAwNLZgcmCTR_sJgGF-X2MfkA6OMwQguftPxJOID9lB9LUODR6QWerB5vWiJRAMEUKHb6b6u9jlq8bPbWdSML5ivEwQyXgQRYz4PxNIGkOQ0V6xBbu4IW95TUaFs3qJsSCJvb2xdcUypy_KvG7nx_N-9mg4ICghtzljDjAbfAEHw/w320-h320/Louise%20Lecavalier%20em%20So%20Blue%20cred%20Divulga%C3%A7%C3%A3o.jpg" width="320" /></a></div>A canadense <span class="il">Louise</span> <span class="il">Lecavalier</span> é uma bailarina que desafia o tempo. Assim que pisa no palco, seus 55 anos de idade se anulam tamanho o vigor que ela apresenta. Ao longo de mais de três décadas de carreira, esse domínio do cronos também se tornou uma assinatura do seu tipo de movimento, capaz de controlar uma velocidade aparentemente incontrolável do corpo com extrema qualidade e precisão.</span></div><div><span style="text-indent: 35.4pt;"><br /></span></div><div><span style="text-indent: 35.4pt;">Tem sido assim desde 1981, quando ela entrou para a companhia La La La Human Steps e se tornou musa de toda uma geração de bailarinos, com seus longos dreadlocks platinados, ao personificar o pensamento coreográfico de seu criador, Édouard Lock, com quem manteve uma frutífera parceria artística até 1999.</span></div><div><span style="text-indent: 35.4pt;"><br /></span></div><div><span style="text-indent: 35.4pt;">De lá para cá, <span class="il">Lecavalier</span> embarcou em projetos de outros artistas dentro de sua própria companhia, a Fou Glorieux, criada em 2006, mas foi somente no ano retrasado que tomou coragem para também se aventurar pela coreografia. O resultado é “So Blue”, misto de solo e dueto apresentado em São Paulo e no Rio, na última semana, ao lado do bailarino Frédéric Tavernini, como parte do 2º Festival O Boticário na Dança.</span></div><div><span style="text-indent: 35.4pt;"><br /></span></div><div><span style="text-indent: 35.4pt;">Por esse trabalho, a canadense conquistou o Prêmio Léonide Massine de melhor bailarina contemporânea em 2013, honraria mais recente de uma coleção na qual se destacam o título de Personalidade da Dança do Ano de 2011 pelo Sindicato de Críticos da França, o Prix de la Danse de Montreal, também em 2011, e um Prêmio Bessie – o Oscar da dança nos Estados Unidos – em 1985. Tudo isso faz com que aposentadoria ainda pareça um conceito distante de sua vida mesmo que a maioria dos bailarinos de sua mesma idade já tenha parado de dançar. O segredo para tal feito? “Coragem”, como ela revela à Revista de Dança. </span></div><div><p class="MsoNormal" style="margin: 0px 0px 0.0001pt;"> </p><p class="MsoNormal" style="margin: 0px 0px 0.0001pt;"><b>Como foi passar também a coreografar?</b></p><p class="MsoNormal" style="margin: 0px 0px 0.0001pt;">Essa foi uma decisão muito estressante, apesar de, nos últimos anos, eu ter trabalhado com coreógrafos diferentes que me deixavam improvisar bastante. Mas assumir uma produção inteira e tomar todas as decisões sozinha parecia algo muito grande. Esses trabalhos me deram um pouco mais de confiança. O que percebi é que você nunca está tão só, porque sempre há pessoas dando tudo o que podem para você. Ainda é algo estressante, mas porque exijo o mesmo que exijo de mim como bailarina. Para mim, não há uma fronteira tão drástica entre um [ofício] e outro.</p><p class="MsoNormal" style="margin: 0px 0px 0.0001pt;"> </p><p class="MsoNormal" style="margin: 0px 0px 0.0001pt;"><b>De que forma a cor azul, que batiza “So Blue”, mexe com você?</b></p><p class="MsoNormal" style="margin: 0px 0px 0.0001pt;">Adoro cores, apesar de o preto ser sempre predominante em minhas danças porque tenho essa ideia boba de que preto é revolução, contestação. No meio da dança contemporânea em que me insiro a moda é não dançar, mas às vezes ela se torna muito intelectual. Já eu quero sempre explorar os limites do corpo. Então, minha primeira ideia para essa peça era que ela seria intensa e preta, algo na linha “Back to Black”. Ao longo do processo improvisei muito e surgiram outras camadas que não combinavam mais com preto. Percebi como eu era cheia de contradições e oposições. Foi quando o azul me chegou como algo mais abrangente e adequado para representar isso. Não é uma ideia do azul como o [gênero musical] blues, é pela cor em si, algo muito leve e profundo ao mesmo tempo. O que senti no estúdio é que há algo de leve no dançar.</p><p class="MsoNormal" style="margin: 0px 0px 0.0001pt;"> </p><p class="MsoNormal" style="margin: 0px 0px 0.0001pt;"><b>É curioso você destacar a leveza, já que sua dança é conhecida justamente por ser bem intensa e esses aspectos, em geral, são vistos como opostos.</b></p><p class="MsoNormal" style="margin: 0px 0px 0.0001pt;">Mas não são! As coisas podem ser inclusivas. Tentam fingir que o balé é leve e delicado, quando, na verdade, é extremamente difícil. Não gosto dessa falsa mensagem. O que danço não é algo sem leveza. É uma luta pela vida com todas as dificuldades que encontramos pelo caminho e que estão dentro de nós. E essa é uma jornada que pode ser leve. Não quero apenas representar isso. Eu quero viver isso. </p><p class="MsoNormal" style="margin: 0px 0px 0.0001pt;"> </p><p class="MsoNormal" style="margin: 0px 0px 0.0001pt;"><b>No último ano você recebeu prêmios como melhor bailarina, 30 anos depois de já ter feito coisas bem radicais. Como você percebe a evolução do seu corpo?</b></p><p class="MsoNormal" style="margin: 0px 0px 0.0001pt;">Não sei... Não confio nos números. O que eu vejo é uma incrível boa forma. Quando eu estava com 25 anos, pensava que talvez no futuro eu estivesse diferente. Mas minha mente ainda é a mesma, ela continua livre, aberta, curiosa, insatisfeita, intranquila. Sei que é surpreendente. Você não é a primeira a me falar isso. Mas falta-me ainda entender tanta coisa! Sinto-me completamente viva e estou lutando e descobrindo coisas novas todos os dias. Muita gente se deixa acomodar por palavras, ideias, repetições. Já eu, quanto mais vejo algo, mais enxergo opções e aberturas. É por isso que ainda danço, porque ainda sou fascinada pelo que o movimento pode evocar, pelo que posso aprender ao me colocar diariamente em uma situação física e criativa. Também se deve levar em conta que tudo o que eu fiz nos anos 1980, sempre no meu máximo, me levou ao que faço agora. Talvez não fosse assim se eu tivesse dançado de uma forma mais tranquila, apenas com meu talento, quando era jovem. Só que eu não dançava com meu talento, dançava com minha coragem – e ainda danço com ela.</p><p class="MsoNormal" style="margin: 0px 0px 0.0001pt;"> </p><p class="MsoNormal" style="margin: 0px 0px 0.0001pt;"><b>Em que ponto você percebeu que era hora por fim à parceria com Édouard Lock e ir adiante?</b></p><p class="MsoNormal" style="margin: 0px 0px 0.0001pt;">É difícil resumir... Para mim, o jeito como Édouard se move, e o que ele coreografa para outras pessoas, é extremamente pessoal e original. Eu já havia dançado em duas companhias em Montreal, estudado em Nova York, visto algumas coisas e começado a ter minha própria ideia do que queria fazer enquanto dança: algo mais próprio do meu tempo e que falasse com todo tipo de gente. Percebi que o trabalho dele era próximo de mim e por isso o achei tão incrível. Foi um período fantástico e eu poderia ter feito isso para sempre. Saí porque ele foi para outra direção, para o balé e as sapatilhas de ponta. Pensei que poderia lidar com isso, e por um tempo eu pude, mas não havia muito o que intercambiar com os outros bailarinos. Eu estava meio solitária e achei que precisava evoluir em outra direção. Na época eu também estava seriamente machucada, com um problema enorme no quadril, o que comprometia as turnês. Eram fatores com os quais eu não podia lidar mais. Pensei que, se eu fizesse pequenos projetos, seria responsável apenas por mim mesma e faria as regras de forma mais condizente com o que eu havia me tornado. </p><p class="MsoNormal" style="margin: 0px 0px 0.0001pt;"> </p><p class="MsoNormal" style="margin: 0px 0px 0.0001pt;"><b>Você trabalhou com David Bowie na turnê Sound+Vision, de 1990. Como foi a experiência de dividir o palco com ele?</b></p><p class="MsoNormal" style="margin: 0px 0px 0.0001pt;">Foi fantástico, pareceu uma grande folga. Eu dançava cinco minutos com ele no palco, o resto era em vídeo, apresentado enquanto ele tocava. Mas sabe de uma coisa? Quando entro no estúdio para trabalhar com qualquer pessoa, somos apenas dois seres humanos com algo para fazer. Essa zona neutra é o melhor lugar para se estar com alguém. Eu me apaixonei por David assim que o conheci. Não tenho como descrevê-lo em apenas uma palavra. Ele é um grande artista e essa foi uma grande oportunidade. E eu me tornei amiga dele. Afinal, você não pode ser distante de alguém com quem você dança. </p></div><div><br /></div><div><i>(Texto publicado originalmente na Revista de Dança em maio de 2014)</i></div></div><div class="yj6qo"></div><div class="adL"></div></div></div><div class="hq gt" id=":2vh" style="background-color: white; clear: both; color: #222222; font-family: "Google Sans", Roboto, RobotoDraft, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 0.875rem; margin: 15px 0px;"></div>Amanda Queiróshttp://www.blogger.com/profile/07517978738668826432noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5710396.post-56604002588985580662014-05-13T11:55:00.001-03:002014-05-13T11:55:04.555-03:00Festival O Boticário na Dança: E aí?<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGGIk9n0azfED_WAEdDAzC94KhuP-p4W9F26ZGv-TMMfY8g5kIykRTxuXYcEfy-JC0iu9PmgbI4N0uM4q5fc6A1ZDHL6J5Xn4DYTUjjqi5L7aTdXMPWbDfE-41kJ0JwwWCx-z1cA/s1600/mais+boticario.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGGIk9n0azfED_WAEdDAzC94KhuP-p4W9F26ZGv-TMMfY8g5kIykRTxuXYcEfy-JC0iu9PmgbI4N0uM4q5fc6A1ZDHL6J5Xn4DYTUjjqi5L7aTdXMPWbDfE-41kJ0JwwWCx-z1cA/s1600/mais+boticario.jpg" height="224" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Cartaz das ações do Festival | Crédito: Reprodução</td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: inherit;">Ao fim dos seis dias do Festival O Boticário na Dança, realizado entre 29 de abril e 4 de maio, no Auditório Ibirapuera, em São Paulo surge uma pergunta: e aí? </span><br />
<span style="font-family: inherit;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: inherit;">A segunda edição do evento, iniciado no ano passado como parte de uma
<a href="http://www.oboticarionadanca.com.br/" target="_blank">nova plataforma de marketing</a> da maior empresa de cosméticos do país, trouxe
dessa vez quatro companhias estrangeiras e uma brasileira. Passado o oba-oba em
torno do festival, mais turbinado de cobertura social do que artística, a
sensação é de que faltou o que poderia se chamar de uma grande novidade, um
trabalho inovador, propositivo e até incômodo dentro do universo da dança
contemporânea.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: inherit;">Veja bem: a qualidade do que foi apresentado não está em questão. Todas
as produções mereciam a amplitude daquele palco e a casa lotada que tiveram. A
opção de trazer espetáculos de grande porte também é louvável já
que é raro ver em um curto espaço de tempo uma série de trabalhos
internacionais desse tipo por dificuldades logísticas e financeiras.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Devido à natureza da empresa patrocinadora, convencionou-se desde o ano passado que os curadores Sheyla Costa e Dieter Jaenicke teriam como norte a escolha de trabalhos que traduzissem "beleza em movimento". O que ficou claro agora é que, no fundo, isso não diz nada enquanto eixo curatorial. A seleção das obras foi apenas “ok”, sem uma articulação clara umas com as outras - algo que se espera de um Festival. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: inherit;"></span> </div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: inherit;">O maior problema em relação a isso é que há dinheiro público demais
envolvido no empreendimento para que elementos como esses não sejam
lembrados numa avaliação. </span><span style="font-family: inherit;">Não torço o nariz para o fato de a dança, eterna “prima pobre das
artes”, tenha um momento ostentação, com dinheiro e luxo para realizar suas
ações com conforto e a mesma produção refinada dos grandes festivais de rock. Vivemos na era da imagem, e acho
que o investimento em publicidade e a manutenção do preço popular dos
ingressos, a R$ 20, até tem seu papel na conquista de novos públicos no mundo
de hoje, principalmente os mais preconceituosos com a dança contemporânea,
desde que seja constante, ao longo de todo o ano. O que me incomoda em todo
esse auê, na verdade, é a falta de legado real de um projeto comandado
basicamente por um departamento de marketing. A despeito de todo o programa que
o Boticário empreende em relação à dança, o que ficaria de herança para essa
linguagem no Brasil se o Festival se extinguisse hoje, num mundo em que a
informação circula bem mais facilmente do que naquele em que o Carlton Dance
foi um estouro, nos anos 1980 e 1990? </span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: inherit;">Acredito que ele já ajudaria bastante se fizesse o espectador neófito aprender
não ser possível entrar na sala de espetáculos depois de o espetáculo começar. Só
que não. O vai e vem de gente em busca de lugares marcados foi constante
em todos os dias até 20 minutos depois de iniciados os trabalhos – um desrespeito
para quem chegou na hora e, mais ainda, para os artistas (ou vocês acham que
eles não percebem essa movimentação de cima do palco?). O forte viés midiático
do evento também é um problema em certa medida. Nunca pensei que reclamaria de
uma cobertura ostensiva de imprensa para a dança, mas, neste caso, ela também
incomodou, com um batalhão de fotógrafos quebrando climas e imersões nas obras
ao fazerem “clique, clique” em momentos sensíveis dos trabalhos, com as telinhas
de LCD de seus equipamentos emitindo brilho e desviando o foco do palco.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span></span></div>
<span style="font-family: inherit;">
</span><br />
<span style="font-family: inherit;">Há ainda lacunas no caráter formativo. Com a enorme estrutura da qual o
Festival dispõe, é risível que não promova cursos verdadeiramente substanciais
com os artistas convidados. Workshops de 1h30, como os realizados agora e no
ano passado, são apenas um fingimento de que algo está sendo deixado para os
artistas locais. Até o Festival de Joinville, voltado para escolas, já percebeu
isso e há mais de 15 anos tem uma programação de cursos de pelo menos uma semana
de duração.</span><br />
<span style="font-family: inherit;"></span><br />
Por ser um festival jovem, com recursos e dispor ainda de uma forte vontade de realização por parte da empresa patrocinadora, O Boticário na Dança tem tudo para rever suas ações, evitar calcificar vícios e realmente imprimir sua marca no cenário dessa linguagem no país. Basta querer. <br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRwoLrVRB-WCF4GnukfmMUsfXWjrT1267hM_ATVNvh7cIAVVw4WQ_HtvUR_FftJo0XJiwnbqynsObWpxNX4i8f56tB5iTJCk7LDvDAvn1GZeMrTJCYND5EIONSeD2giFBFdPiqxg/s1600/o+boticario+na+danca.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRwoLrVRB-WCF4GnukfmMUsfXWjrT1267hM_ATVNvh7cIAVVw4WQ_HtvUR_FftJo0XJiwnbqynsObWpxNX4i8f56tB5iTJCk7LDvDAvn1GZeMrTJCYND5EIONSeD2giFBFdPiqxg/s1600/o+boticario+na+danca.jpg" height="348" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Todo mundo tá feliz nas imagens publicitárias do Festival O Boticário na Dança | Crédito: Reprodução</td></tr>
</tbody></table>
</div>
Amanda Queiróshttp://www.blogger.com/profile/07517978738668826432noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5710396.post-4832703845732793412014-05-09T19:55:00.002-03:002014-05-13T12:03:18.925-03:00Festival O Boticário na Dança: Dia a dia<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj64BEHlQwJRNWJrOgq8rrhirJP0JDERj1vv7-nhx4LMg5jWvu2riqeuwFJ1TNKZOZyZNWwxYlMu6S9YF1hmwB7UP9pqk4QdRDjhUnE7ofj0uC1rjNNm5cMvFiE4XWia4wklogvTQ/s1600/AkramKhan_iTMOi_photo_John_Ross.png" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj64BEHlQwJRNWJrOgq8rrhirJP0JDERj1vv7-nhx4LMg5jWvu2riqeuwFJ1TNKZOZyZNWwxYlMu6S9YF1hmwB7UP9pqk4QdRDjhUnE7ofj0uC1rjNNm5cMvFiE4XWia4wklogvTQ/s1600/AkramKhan_iTMOi_photo_John_Ross.png" height="199" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Companhia de Akram Kahn em "iTMOi" |<br />
Crédito: John Ross/Divulgação</td></tr>
</tbody></table>
<strong>Akram Khan</strong><br />
<strong>29/4 - Auditório Ibirapuera</strong><br />
<strong>"iTMOi" (2013)</strong><br />
Com seu “iTMOi” (sigla em inglês para “Na mente de Igor”), o inglês Akram Khan criou um trabalho estranhamente mais narrativo do que se esperaria de qualquer produção contemporânea. A escolha do título – uma referência ao que teria se passado na cabeça do compositor Igor Stravinski (1882-1971) ao compor “A Sagração da Primavera” – e a opção por designar personagens em cena, pinçados de seu elenco multicultural (e de fazer a baba escorrer pela boca de tão bom), reforçam a criação de uma historinha por parte do público, por mais que ela não seja linear. A estratégia parece ter funcionado, já que o comentário geral o apontou como o espetáculo que mais agradou dos cinco dias do Festival. Mas, justamente por incitar possíveis histórias, Khan acaba deixando lacunas ao abandoná-las pelo meio do caminho.<br />
<br />
Os dilemas da criação de uma obra tão vocacionada a romper paradigmas quanto a “Sagração” são deixados de lado em prol de uma releitura do tema do ritual e do sacrifício motivador da trilha original. Ou seja, por mais que não faça uso da música do compositor russo (que aparece apenas como citação no final da peça), Khan acaba repetindo os mesmos passos de todos os coreógrafos que já criaram suas próprias versões da “Sagração”. O que ele tem a mostrar de diferente é sua técnica, que dá uma nova roupagem de sentidos ao kathak indiano ao abordá-lo por um viés contemporâneo, e um claro domínio cenográfico que seduz e até dá a sensação de que há uma dramaturgia bem costurada por trás quando, na verdade, não há. À parte a história do sacrifício, o melhor está no final, quando o palco é tomado apenas por um casal com malhas cor da pele perturbado por uma bola de metal que ronda sobre eles. Ali estão Adão e Eva, a criação à imagem e semelhança do criador, cujo pecado capital foi, no fundo, cometer uma grande ousadia. É uma imagem forte, que provoca enfim um lampejo de uma possível tradução do que teria se passado na mente do compositor.<br />
<br />
<br />
<strong>Louise Lecavalier (Canadá)</strong><br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivL5vIeFgeMLzOQVkikWFJc0opU3UpMS-LknLT7au0PYuseEaXEUWDzWc28TZaOPW1k9ZYtRuznnRSOItEOuAkGhOfTGSOh1Qz7asxZQwUrMpsxeGpBUCr25jemMDZ5KAD_b58-Q/s1600/SoBlue2_2736_cr_Andre-Cornellier.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivL5vIeFgeMLzOQVkikWFJc0opU3UpMS-LknLT7au0PYuseEaXEUWDzWc28TZaOPW1k9ZYtRuznnRSOItEOuAkGhOfTGSOh1Qz7asxZQwUrMpsxeGpBUCr25jemMDZ5KAD_b58-Q/s1600/SoBlue2_2736_cr_Andre-Cornellier.jpg" height="213" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Bailarina apresenta vigor em "So Blue" | <br />
Crédito: André Cornellieur/Divulgação</td></tr>
</tbody></table>
<strong>30/4 - Auditório Ibirapuera</strong><br />
<strong>"So Blue" (2012)</strong><br />
A peça de autoria da ex-La La La Human Steps Louise Lecavalier é um trabalho de fôlego. Quase não há pausas nos 60 minutos do primeiro trabalho autoral da bailarina canadense. No palco, seus 55 anos se passam facilmente por 25 tamanho o vigor que ela apresenta. É uma obra sobre a busca do movimento total e a paixão inexplicável de dispor integralmente do corpo para tal feito, quase como uma vocação religiosa. O resultado pode até ser frouxo do ponto de vista dramatúrgico, mas é compensado justamente pela maturidade cênica de Lecavalier, que cresce ainda mais quando ela passa do solo ao duo com o bailarino Frédéric Tavernini. Há aí um interessante diálogo de contraste, já que ela subverte sua figura pequena e aparentemente frágil e apresenta uma força maior que a do grandalhão barbudo com quem divide a cena. “So Blue” é o início promissor de uma trajetória como coreógrafa que vamos querer acompanhar de perto.<br />
<br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0licUE9JOz2GyhObVGcL3K_Utspr3KFfcJ2rkLV0p2lkBChNUGrThI32WoD1X-BjjYcKoeWv968i9JfRmeFwM7pQWP24jcr5Db6gOO6OOg5R9GS4DhwzUAT8PT4a-imN1huRMgQ/s1600/TAO+photo+of+4+by+Fan+Xi_f.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0licUE9JOz2GyhObVGcL3K_Utspr3KFfcJ2rkLV0p2lkBChNUGrThI32WoD1X-BjjYcKoeWv968i9JfRmeFwM7pQWP24jcr5Db6gOO6OOg5R9GS4DhwzUAT8PT4a-imN1huRMgQ/s1600/TAO+photo+of+4+by+Fan+Xi_f.jpg" height="227" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Cena de "4", criação de Tao Ye | Crédito: Fan Xi/Divulgação</td></tr>
</tbody></table>
<strong>Tao Dance Theater (China)</strong><br />
<strong>1o/5 - Auditório Ibirapuera</strong><br />
<strong>"4" (?) e "5" (2013)</strong><br />
Maior incógnita do festival, a novíssima companhia chinesa Tao Dance Theater, criada em 2008 por Tao Ye, fez uma apresentação digna com suas duas coreografias, “4” e “5”, e se revelou como a maior novidade do evento. O mote da primeira era “como criar uma coreografia em que nenhum dos bailarinos se toca?”. Ora, os mestres dos corpos de baile dos balés de repertório já haviam respondido essa pergunta séculos atrás. O que há de interessante no trabalho – e que dialoga com a segunda peça da noite – é uma discussão sobre individualidade. Em “4”, nenhum dos quatro bailarinos tem rosto. Todos estão mascarados, dançam os mesmos passos e se deslocam pelo espaço na formação de um quadrado, minutos a fio, sob uma luz chapada, dando a sensação de um espelho infinito. A força desse movimento uníssono se esvai em alguns momentos dada a falta de sincronia entre eles. Lá pelas tantas, no entanto, percebe-se que os movimentos supostamente idênticos entre eles não eram tão idênticos assim. Pequenas alterações de cada um dentro daquele moto-contínuo são a declaração de que ali há um indivíduo, e não apenas uma massa.<br />
<br />
Já em “5”, Tao exige um outro tempo do nosso olhar acelerado pelo mundo cotidiano e provoca uma hipnose no público ao colocar todos os cinco bailarinos em cena para se transformarem em uma massa única, deslocando-se pelo palco em movimentos extremamente lentos e arrastados pelo chão. Há um quê de monstruoso nesse ser com um só tronco, mas repleto de pernas e braços, que se movimenta sem rumo e se refaz continuamente . A problemática da peça anterior se apresenta sob uma nova perspectiva. Se antes se discutia a impossibilidade de um conjunto de individualidades ser completamente uniforme, agora se evidenciam as deformidades resultantes de uma uniformização.<br />
<br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiLybwyuyibLhs2iTvhu18H9G_vNjKpC5NU0rb15s2gkAOoH7sfUHZ5ZeypXKYiK60m0tco2MZSu1Jlmwa3S5hx2U1E6bTdj6M0zJkI-qhiAvWnaATBmeClQWIW1kWURMQk1OcutA/s1600/impar+-+focus+cia+de+dan%C3%A7a.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiLybwyuyibLhs2iTvhu18H9G_vNjKpC5NU0rb15s2gkAOoH7sfUHZ5ZeypXKYiK60m0tco2MZSu1Jlmwa3S5hx2U1E6bTdj6M0zJkI-qhiAvWnaATBmeClQWIW1kWURMQk1OcutA/s1600/impar+-+focus+cia+de+dan%C3%A7a.jpg" height="214" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Bailarinos da Focus em "Ímpar" | Crédito: Divulgação</td></tr>
</tbody></table>
<strong>Focus Cia. de Dança</strong><br />
<strong>2/5 - Auditório Ibirapuera</strong><br />
<strong>"Ímpar" (2010)</strong><br />
Única representante brasileira em um festival focado em exaltar a dança feita lá fora, “Ímpar” mostrou o elenco da carioca Focus Cia. de Dança em sua melhor forma. É estranho ver esse trabalho de 2010 apenas agora, depois do grupo ter criado um sucesso de massa com “As Canções que Você Dançou para Mim” (2012). “Ímpar” é um trabalho formalista. Sua pretensão está em si mesmo, na criação e no apuro da qualidade do movimento. Alex Neoral demonstra seu potencial coreográfico no trabalho e se vale de uma boa sacada dramatúrgica ao brincar com flashfowards e flashbacks e fazer o público se pegar tentando montar na cabeça o que seria uma ordem cronológica do espetáculo. Assim, ele subverte noções como as de começo, meio e fim, propondo um desenrolar narrativo que evidencia a importância de todas as cenas apresentadas para a construção da obra. O que está em questão é uma discussão sobre o tempo: no fundo, nunca há uma ordem "certa" para os acontecimentos, e é salutar que "Ímpar" consiga levantar o tema de forma simples e eficiente. <br />
<br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjYAi5zaMX6iDwtsidX7Mg6OzU5IyIplE1Tgbth73tp0otfjb-Zc0cYiQNd3LmMr4debMGQMeRriC5kLCpslNiE0YD0laTt78nzJKNlsQ8UVaNxlzwt5zaxUeLPU4s0tYR1UkXWYA/s1600/batsheva.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjYAi5zaMX6iDwtsidX7Mg6OzU5IyIplE1Tgbth73tp0otfjb-Zc0cYiQNd3LmMr4debMGQMeRriC5kLCpslNiE0YD0laTt78nzJKNlsQ8UVaNxlzwt5zaxUeLPU4s0tYR1UkXWYA/s1600/batsheva.jpg" height="163" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Batsheva Ensemble tem bailarinos com idades <br />
entre 18 e 27 anos | Crédito: Gadi Dagon/Divulgação</td></tr>
</tbody></table>
<strong>Batsheva Ensemble</strong><br />
<strong>3/5 - Auditório Ibirapuera</strong><br />
<strong>"Decadance" (2000)</strong><br />
Após uma semana equilibrada, o festival escolheu encerrar justamente com o trabalho mais fraco. “Decadance” é um pout-pourri do que o coreógrafo israelense Ohad Naharin considera como seus melhores momentos. O tipo de trabalho desenvolvido por ele, com sua vigorosa e contagiante linguagem Gaga, não é exatamente uma novidade por aqui. Seu grupo, o Batsheva Dance Company, já fez turnês na capital paulista e até mesmo o Balé da Cidade já dançou suas criações. Uma peça que funciona como demonstração, e não como um trabalho em si mesmo, pouco acrescenta à formação de um público de dança. Isso piora quando o “Decadance” apresentado em São Paulo é encenado pelo Batsheva Ensemble, o braço jovem da companhia, com bailarinos entre 18 e 27 anos. A falta de unidade no trabalho deixa ainda mais evidente a pouca maturidade do elenco para sustentar os segmentos apresentados. O final escolhido, retirado do potente início da peça “Minus 16” (1999), deixa isso bem claro. A peça foi dançada na íntegra na cidade no ano passado, pela Alvin Ailey Dance Theater. Quando uma companhia de fora consegue dar mais densidade a um trabalho do que a companhia de seu criador, parece haver um problema.Amanda Queiróshttp://www.blogger.com/profile/07517978738668826432noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5710396.post-23196864785411176602014-05-07T20:37:00.000-03:002014-05-07T20:37:02.791-03:00Dança se espalha por São Paulo na Virada!<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivzSGtLbf67ANoPJEQk84hD6zvXO1mP0q2p2lo0r6l8UGKFeaENWuHm8gN8H9VIPpUvGzeOZn-1yzlVgsalcktthGthuK-wF0PbyrUriFfFSWVBgF3eQ3WGEEkw9UXwebGNax4HA/s1600/cantata_bale_da_cidade_foto_sylvia_masini-4.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivzSGtLbf67ANoPJEQk84hD6zvXO1mP0q2p2lo0r6l8UGKFeaENWuHm8gN8H9VIPpUvGzeOZn-1yzlVgsalcktthGthuK-wF0PbyrUriFfFSWVBgF3eQ3WGEEkw9UXwebGNax4HA/s1600/cantata_bale_da_cidade_foto_sylvia_masini-4.jpg" height="212" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O que será que a massa que ocupará o Anhangabaú vai achar de <br />"Cantata", do Balé da Cidade? | Crédito: Sylvia Masini/Divulgação</td></tr>
</tbody></table>
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Depois de ficar confinada na Praça das Artes no ano passado, a dança chega com tudo na Virada Cultural 2014 em um palco exclusivo no Vale do Anhangabaú. A partir das 18h de sábado, serão 24 horas seguidas de todo tipo de linguagem de movimento, em espetáculos selecionados por Iracity Cardoso, diretora artística do Balé da Cidade. Não sendo suficiente, dessa vez a dança também se espalha em intervenções pelo centro da cidade e ganha até uma mostra daqueles filmes óbvios que a gente adora no Cine Olido. Aproveitei e reuni também o que a Rede Sesc vai fazer para dar tempo de cada um montar o quebra-cabeça de sua programação. Os itens destacados são algumas das minhas apostas (infelizmente ainda não dá para estar em dois lugares ao mesmo tempo). Ah! E É TUDO DE GRAÇA! </span><br />
<br />
<strong><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Palco Vale do Anhangabaú</span></strong><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><u>19h – Acts of Lights e Valsa do Abraço - Escola de Dança de São Paulo</u><br /> 20h – Sem Passagem - Cia Experimental Kahal<br /><u> 21h30 – O Cisne- Ana Botafogo e Luis Arrieta</u><br /><u> 22h – Abrupto e Cantata - Balé da Cidade de São Paulo</u><br /> 23h30 – El Indiano - David Morales<br /> 1h – O Bilhete - Marcia Milhazes Cia de Dança<br /> 1h30 – O Som do Movimento - Frank Ejara<br /><u> 2h30 – No Singular - Quasar Cia de Dança</u><br /> 4h – Stardust - Silenciosas + GT’aime<br /> 5h30 – Do Soul ao Hip Hip - Nelson Triunfo<br /><u> 6h30 – O Animal Mais Forte do Mundo - Cia Ângelo Madureira e Ana Catarina Vieira</u><br /> 9h30 – África em Nó(s) - Cia Abayomi<br /> 12h – Luceros Dança Toninho Ferragutti - Grupo Luceros Arte Flamenco<br /><u> 13h30 – Por Um Fio - Gupo Experimental Mimulus<br /> 16h30 – Travessia - Grupo Grial</u></span><br />
<strong><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br /></span></strong>
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><strong>Palácio da Justiça<br /> </strong>23h30 – Contorno, Site Specific Dança, Video e Moda - Rafael Gomes e Vinicius Cardoso</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">2h – Contorno, Site Specific Dança, Video e Moda - Rafael Gomes e Vinicius Cardoso</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">19h – Contorno, Site Specific Dança, Video e Moda - Rafael Gomes e Vinicius Cardoso</span><br />
<strong><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br /></span></strong>
<strong><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Viaduto do Chá</span></strong><br />
<u><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">8h – Balões Vermelhos - Etra Cia de Dança</span></u><br />
<strong><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br /></span></strong>
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><strong>Viaduto Santa Ifigênia</strong><br /> 10h30 – Espaços Invisíveis - Cia Damas em Trânsito e o Bucaneiros</span><br />
<strong><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br /></span></strong>
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><strong>Anhangabaú – Dança</strong><br /> 15h – Corpos de Passagem - GRUA Gentlemen na Rua</span><br />
<strong><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br /></span></strong>
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><strong>Vitrine da Dança - Galeria Olido</strong><br /> 24h – Virada de Dança de Salão</span><br />
<strong><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br /></span></strong>
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><strong>Copan</strong><br /> 24h – Ônibus da Dança</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br /></span>
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><strong>Centro Cultural São Paulo</strong><br />16h – Balões Vermelhos - Etra Cia de Dança </span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;"><strong><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br /></span></strong></span>
<span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;"><strong><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Cine Olido - Mostra Baila Comigo</span></strong></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">18h - Os Embalos de Sábado à Noite (Saturday Night Fever) - 1978. Dir: John Badham<br />
20h15 - Footloose - Ritmo Louco (Footloose) - 1981. Dir: Herbert Ross<br />
22h15 - Flashdance (Flashdance) - 1983. Dir: Adrian Lyne<br />
0h15 - Dirty Dancing - Ritmo Quente (Dirty Dancing) - 1987. Dir: Emile Ardolino<br />
2h15 - Perfeição (Perfect) - 1985. Dir: James Bridges<br /><u>
4h30 - O Sol da Meia-Noite (White Nights) - 1985. Dir: Taylor Hackford</u><br />
7h - Moonwalker (Moonwalker) - 1988. Dir: Jerry Kramer, Colin Chilvers, Jim Blashield<br />
9h - Os Embalos de Sábado Continuam (Staying Alive) - 1983. Dir: Sylvester Stallone<br />
11h - Fama (Fame) - 1980. Dir: Alan Parker<br />
13h30 - Breakin - 1984. Dir: Joel Silberg<br />
15h15 - Entre Nessa Dança - Hip Hop no Pedaço (You Got Served) - 2004. Dir: Chris Stokes<br />
17h15 - O Poder do Ritmo (Stomp the yard) - 2007. Dir: Sylvain White</span><br />
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br /></span></b>
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Sesc Santana</span></b><br />
<div style="font: 12.0px Helvetica; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: small;">19h30 - Tá Limpo - Coreografia de Niels Storm Robitzky e direção de Frank Ejara</span></div>
<div style="font: 12.0px Helvetica; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: small;">20h - Organoides - Núcleo Maya Lila</span></div>
<div style="font: 12.0px Helvetica; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px;">
<u><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: small;">20h30 - Ori Jam! - Morena Nascimento e grupo</span></u></div>
<div style="font: 12.0px Helvetica; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: small;">21h30 - Organoides - Núcleo Maya Lila</span></div>
<div style="font: 12.0px Helvetica; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: small;">22h30 - Tá Limpo - Coreografia de Niels Storm Robitzky e direção de Frank Ejara</span></div>
<div style="font: 12.0px Helvetica; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: small;">16h30 - Organoides - Núcleo Maya Lila </span></div>
<div style="font: 12.0px Helvetica; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; min-height: 14.0px;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font: 12.0px Helvetica; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px;">
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: small;">Sesc Ipiranga</span></b></div>
<div style="font: 12.0px Helvetica; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: small;">20h15 - Puntear - Cia. Damas em Trânsito e os Bucaneiros </span></div>
<div style="font: 12.0px Helvetica; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px;">
<u><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: small;">23h30 - Jam 1MM - Cristian Duarte</span></u></div>
<div style="font: 12.0px Helvetica; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: small;">1h30 - Jam 1MM - Cristian Duarte</span></div>
<div style="font: 12.0px Helvetica; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: small;">14h - Jam 1MM - Cristian Duarte</span></div>
<div style="font: 12.0px Helvetica; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; min-height: 14.0px;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font: 12.0px Helvetica; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px;">
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: small;">Sesc Belenzinho</span></b></div>
<div style="font: 12.0px Helvetica; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: small;">20h - Baderna - Núcleo Luis Ferron *</span></div>
<div style="font: 12.0px Helvetica; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: small;">23h - Nelson Triunfo </span></div>
<div style="font: 12.0px Helvetica; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: small;">17h - Baderna - Núcleo Luis Ferron *</span></div>
<div style="font: 12.0px Helvetica; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; min-height: 14.0px;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font: 12.0px Helvetica; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px;">
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: small;">Sesc Bom Retiro </span></b></div>
<div style="font: 12.0px Helvetica; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: small;">0h - Tempo - T.F.Style Cia. de Dança</span></div>
<div style="font: 12.0px Helvetica; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; min-height: 14.0px;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font: 12.0px Helvetica; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px;">
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: small;">Sesc Vila Mariana</span></b></div>
<div style="font: 12.0px Helvetica; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px;">
<u><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: small;">19h - 100 Gestos - Cia. Dani Lima *</span></u></div>
<div style="font: 12.0px Helvetica; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: small;">0h - Sobre Expectativas e Promessas - Grupo Cena 11 Cia. de Dança*</span></div>
<div style="font: 12.0px Helvetica; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: small;">15h - Sobre Expectativas e Promessas - Cena 11 Cia. de Dança *</span></div>
<div style="font: 12.0px Helvetica; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; min-height: 14.0px;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font: 12.0px Times; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: small;">*Orientações para retirada de ingressos da Rede Sesc na Virada Cultural 2014:</span></div>
<div style="font: 12.0px Times; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: small;">- A retirada de ingressos será somente nas bilheterias da Rede Sesc e terá início a partir das 17h do sábado (17/05);</span></div>
<div style="font: 12.0px Times; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: small;">- Cada pessoa poderá retirar dois ingressos por apresentação, para até três apresentações diferentes, desde que os horários não coincidam;</span></div>
<div style="font: 12.0px Times; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: small;">- Para os espetáculos de Teatro Infantil cada pessoa poderá retirar até quatro ingressos por apresentação, para até três apresentações diferentes, desde que os horários não coincidam;</span></div>
<div style="font: 12.0px Times; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: small;">- Para agilizar o atendimento os ingressos numerados serão distribuídos em ordem crescente, sem possibilidade da escolha do lugar.</span></div>
<br />
<br />
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
</div>
Amanda Queiróshttp://www.blogger.com/profile/07517978738668826432noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5710396.post-69724502284106896292014-01-22T18:42:00.000-02:002014-01-22T18:43:22.732-02:00Cinco grandes em busca de R$ 60 mil <table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjVWPUbiCPYuvxxfZkNhKhaXCuvNW5qp2FhNIRxRZi1iFR-Smy6Oswy-ylymmLB0GQXa1GaM1VYiCwM4_4xYRzvcHM-iBiQn97FQXCideT3ySWDBnH-WNEW86IAUHR5_JsA6q0RLQ/s1600/colonia+penal.JPG" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjVWPUbiCPYuvxxfZkNhKhaXCuvNW5qp2FhNIRxRZi1iFR-Smy6Oswy-ylymmLB0GQXa1GaM1VYiCwM4_4xYRzvcHM-iBiQn97FQXCideT3ySWDBnH-WNEW86IAUHR5_JsA6q0RLQ/s1600/colonia+penal.JPG" height="240" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Sandro Borelli recebeu uma indicação<br />
pelo espetáculo "Colônia Penal" </td></tr>
</tbody></table>
Tradicional premiação da Secretaria do Estado da Cultura de São Paulo, o Prêmio Governador do Estado para a Cultura em 2013 anunciou hoje seus finalistas em nove categorias. <br />
<br />
Na dança, a lista dos cinco indicados promete dar trabalho para o júri, que terá que decidir quem merece mais: Janice Vieira, Jorge Garcia, Antonio Nóbrega, Sandro Borelli ou Balé da Cidade de São Paulo?<br />
<br />
Acho a tarefa mega-árdua. Todos os concorrentes têm trabalhos maduros, sérios e extremamente merecedores de embolsar os R$ 60 mil destinados ao vencedor de cada categoria (e sabemos como um dinheiro desses é fundamental para manter a criação deles em processo contínuo). <br />
<br />
Nós, meros espectadores, podemos dar nosso pitaco. O Prêmio tem em paralelo uma votação popular que fica aberta até o dia 16 de fevereiro no site <a href="http://www.premiogovernador.sp.gov.br/">www.premiogovernador.sp.gov.br</a>. O anúncio dos vencedores acontece no dia 24 do mesmo mês, em uma cerimônia no Theatro São Pedro. <br />
<br />
Desde que foi retomada, há quatro anos, a premiação já contemplou a Trilogia Influência da Cia. Nova Dança 4 (2010), o Ballet Stagium por seus 40 anos de trajetória (2011) e o veterano Luis Arrieta pelo espetáculo "A Ponte" (2012). Amanda Queiróshttp://www.blogger.com/profile/07517978738668826432noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5710396.post-17790224419595004632014-01-20T21:48:00.000-02:002014-01-20T21:58:26.676-02:00Em breve em um cinema perto de você<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifGvKVrv8yg0ybPHYU8W9IaZEYPrA7kVxyUeLnOMO9Tvck1w0SR4Fvc25QYKh36KxepC6EBKsS35k6zJo1mC5n_cO0b8MtA3WFAwWMAi5XpoMqdu3MXsSGNha0W0gxtPVoFpfL1w/s1600/Mikhail_Baryshnikov.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifGvKVrv8yg0ybPHYU8W9IaZEYPrA7kVxyUeLnOMO9Tvck1w0SR4Fvc25QYKh36KxepC6EBKsS35k6zJo1mC5n_cO0b8MtA3WFAwWMAi5XpoMqdu3MXsSGNha0W0gxtPVoFpfL1w/s1600/Mikhail_Baryshnikov.jpg" height="400" width="300" /></a></div>
Aí você está lá afogada na poltrona do cinema, ainda acordando numa manhã de segunda-feira, vendo a sessão de imprensa de um filme de ação como tantos outros cheios de tiros, lutas e complôs de espionagem. <br />
<br />
O vilão dos vilões é um russo, convocado para uma reunião secreta com alguém aparentemente mais maquiavélico ainda – um tal de Sorokin, saído de um Kremlin digno dos filmes de Guerra Fria. <br />
<br />
Segue para a cena do encontro dos dois, no meio de uma floresta fria e deserta. A porta do carro abre e --- OMG! --- o malvado-mor é ninguém menos que o russo favorito de qualquer amante do balé clássico. Sim, é ele mesmo, Mikhail Baryshnikov destilando confortavelmente seu alfabeto cirílico nativo no longa "Operação Sombra: Jack Ryan", que estreia por aqui no dia 7 de fevereiro.<br />
<br />
Misha, que faz 66 anos no próximo dia 28, não atuava em filmes desde a comédia "Company Business" (1991), na qual contracenava com Gene Hackman (salvo engano, a produção não foi lançada no Brasil). Já a derradeira ponta dele como ator havia sido em 2004, quando interpretou um dos vários namorados de Carrie (Sarah Jessica Parker) na série "Sex and the City". <br />
<br />
A participação de Baryshnikov em "Jack Ryan" é tão pequena que o astro acabou sem crédito oficial na produção, mas vê-lo em cena, ainda assim, é uma surpresa e um refresco (artista é mesmo artista em qualquer lugar!). O diretor do longa, Kenneth Branagh, parece compartilhar dessa opinião. <br />
<br />
"Ele adora ensaiar. Adora, adora, adora ensaiar. Tendo em vista o quão curtas foram as cenas dele, ensaiamos mais do que qualquer outra coisa no filme inteiro. Para mim era apenas uma maneira de passar um pouco mais de tempo com alguém que é uma lenda absoluta. Até onde sei, ele é um dos maiores artistas de nosso tempo", disse o ator, que também interpreta o vilão subordinado a Misha, ao <a href="http://www.studiosystemnews.com/spotlight-jack-ryan-shadow-recruit-director-kenneth-branagh-on-cherry-picking-clancys-best-rehearsing-with-mikhail-baryshnikov/" target="_blank">"Studio System News"</a>.<br />
<br />
Passei um tempão em busca de uma foto dos dois em ação, mas realmente o papel é tão pequenininho que só deve surgir alguma imagem quando o filme cair na rede e alguém copiar o frame. Mas só esse mistério já é um bom estímulo para comprar o ingresso e conferir, não? <br />
<br />
Reboot da franquia de ação inspirada nos livros de espionagem de Tom Clancy (1947-2013) – que já teve Harrison Ford, Alec Baldwin e Ben Affleck no papel-título –, a nova produção tem Chris Pine como protagonista, além de Keira Knightley e Kevin Costner no elenco.<br />
<br />
Reuni trailers (ou trechos) de todos os filmes com Misha na playlist abaixo. Ainda preciso assistir aos dois títulos de 1991, mas, por enquanto, meu preferido continua sendo "Momento de Decisão" (clichê, eu sei, mas fazer o quê?). E, para você, qual é a melhor performance do nosso astro no cinema?<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<object class="BLOGGER-youtube-video" classid="clsid:D27CDB6E-AE6D-11cf-96B8-444553540000" codebase="http://download.macromedia.com/pub/shockwave/cabs/flash/swflash.cab#version=6,0,40,0" data-thumbnail-src="https://ytimg.googleusercontent.com/vi/IRtUHE_CVo0/0.jpg" height="266" width="320"><param name="movie" value="https://youtube.googleapis.com/v/IRtUHE_CVo0&source=uds" /><param name="bgcolor" value="#FFFFFF" /><param name="allowFullScreen" value="true" /><embed width="320" height="266" src="https://youtube.googleapis.com/v/IRtUHE_CVo0&source=uds" type="application/x-shockwave-flash" allowfullscreen="true"></embed></object></div>
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<br /></div>
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<b>"Company Business" (1991), de Nicholas Meyer</b> - Comédia escrachada em que Misha e Gene Hackman vivem amigos golpistas cujo plano mirabolante dá errado em algum momento (óbvio!)</div>
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<br /></div>
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/AFLQNQKhPwo?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe><br />
<br />
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<b>"The Cabinet of Dr. Ramirez" (1991), de Peter Sellars -</b> Outro título aparentemente sem lançamento no Brasil que tem por objetivo refletir sobre o fim da era Bush Pai nos Estados Unidos. O longa está na íntegra, aos pedaços, no YouTube. O curioso é que, além de Bayshnikov, o longa traz no elenco Peter Gallagher, que, em 2001, viraria diretor de companhia de balé em "Sob a Luz da Fama"! </div>
<br />
<br />
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<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/WsihnKFXTFw?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
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<br /></div>
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<b>"Emoções" (1987), de Herbert Ross </b>- O mesmo diretor de "Momento de Decisão" criou essa adaptação cinematográfica para a história de "Giselle", com Misha como um bailarino étoile que, mesmo envolvido com a prima-ballerina da companhia (<a href="https://www.facebook.com/pages/Alessandra-Ferri/104033762967577?fref=ts" target="_blank">Alessandra Ferri </a>rumo ao auge), resolve seduzir uma ingênua integrante do corpo de baile vivida por uma <a href="http://www.abt.org/dancers/detail.asp?Dancer_ID=23" target="_blank">Julie Kent</a> de apenas 18 anos.</div>
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<br /></div>
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<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/OqUzTqdChNs?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
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<b><br /></b></div>
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<b>"O Sol da Meia-Noite"(1985), de Taylor Hackford -</b> Ao lado de Gregory Hines (1946-2003), Isabella Rossellini e uma ainda desconhecida Helen Mirren, Baryshnikov encarou seu papel mais político ao viver um bailarino russo que, após fugir da União Soviética, enfrenta as consequências de um retorno quando seu avião sofre uma pane ao sobrevoar o país. </div>
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<br /></div>
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<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/AssRlsPH578?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<b>"Momento de Decisão" (1977), de Herbert Ross </b>- Shirley MacLane e Anne Bancroft lavam roupa suja dos tempos em que dançavam enquanto a filha de uma delas (<a href="http://www.criticaldance.com/interviews/2002/lesliebrowne020710.html" target="_blank">Leslie Browne</a>) se prepara para virar a "the next big thing" da dança clássica nos braços de um (aparentemente sempre) sedutor Baryshnikov, que recebeu pelo papel indicações a melhor ator coadjuvante nas edições de 1978 do Globo de Ouro e do Oscar.</div>
Amanda Queiróshttp://www.blogger.com/profile/07517978738668826432noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5710396.post-82321061748083134222013-10-03T22:14:00.001-03:002013-10-03T22:26:20.028-03:00Aniversário nas telas e nos palcos *<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhptrVSyO4wLANV-b7MZWvOM5X5LztNVG_hiXM5nBa4U2oAXTuNguIdji8c1Kl64ke44S7pqbmmAyUuXhp-jcSKq0gbtXMrIoyBkweRSemYsQwSJGIVxfMo_XQBZjfzz4yxsvV5DA/s1600/QUASAR~1.JPG" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhptrVSyO4wLANV-b7MZWvOM5X5LztNVG_hiXM5nBa4U2oAXTuNguIdji8c1Kl64ke44S7pqbmmAyUuXhp-jcSKq0gbtXMrIoyBkweRSemYsQwSJGIVxfMo_XQBZjfzz4yxsvV5DA/s1600/QUASAR~1.JPG" height="160" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Cena de ‘Por 7 Vezes’, nova criação do coreógrafo goiano <div class="wp-caption-text">
Henrique Rodovalho | Crédito Divulgação</div>
</td></tr>
</tbody></table>
Ao longo dos últimos 25 anos, a goiana Quasar Cia. de Dança se firmou dentro e fora do Brasil com trabalhos baseados em uma mescla inteligente de bom humor e movimentos fragmentados.<br />
Essa trajetória, cunhada pelas criações do coreógrafo Henrique Rodovalho, culmina agora em “Por 7 Vezes”, que estreia neste fim de semana em duas únicas apresentações no Teatro Alfa, em São Paulo.<br />
<br />
O novo espetáculo busca refletir o amadurecimento do grupo. O número presente no título é uma referência à quantidade de coreografias apresentadas no trabalho. Cada uma remete a uma parte do corpo, representado de cima a baixo por olhos, boca, braços, coração, vísceras, sexo e pernas.“Parto do meu estilo de coreografar, a partir do corpo fragmentado, e lido com o corpo em pedaços que se movem quase independentemente”, diz Rodovalho.<br />
<br />
As sete coreografias vão gerar sete capítulos de um filme que a Quasar quer lançar no ano que vem dentro das comemorações do Jubileu de Prata do grupo. A ideia é que cada trecho seja registrado por um cineasta diferente. Segundo Rodovalho, Tata Amaral (“Hoje”) e Maria de Medeiros (“Repare Bem”) são os dois primeiros nomes confirmados na empreitada, uma coprodução com a França. <br />
“Cada um vai ter todo o controle para colocar seu olhar sobre a obra. Isso é o que me importa mais, ver como seria o espetáculo através do olhar de outros artistas”, completa ele.<br />
<br />
Em paralelo a esse projeto, a diretora Marcela Borela registrou o processo criativo de “Por 7 Vezes” no documentário “Corpo Aberto”, que está à procura de recursos para sua finalização e também tem previsão de estreia para 2014.<br />
<br />
<strong>Serviço</strong><br />
<strong>O quê:</strong> Estreia de "Por 7 Vezes", com a Quasar Cia. de Dança<br />
<strong>Onde:</strong> Teatro Alfa (r. Bento Branco de Andrade Filho, 722, tel.: 5693-4000)<br />
<strong>Quando:</strong> Dia 5/10, às 20h, e dia 6/10, às 18h<br />
<strong>Quanto:</strong> De R$ 40 a R$ 80 <br />
<br />
<em>* Texto publicado originalmente na edição de 3/10/13 do </em><a href="http://jornalmetro.com.br/nacional/cultura/aniversario-nos-palcos-e-nas-telas-25500" target="_blank"><em>Jornal Metro</em></a> - edição São Paulo.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
Amanda Queiróshttp://www.blogger.com/profile/07517978738668826432noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5710396.post-21712172530826932162013-09-13T12:09:00.004-03:002013-09-13T12:09:56.792-03:00O museu vivo de Trisha Brown<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHfQ3pcmF6x4eMaZ5wzLEjLz651kLO3255NItA3CYHS2de__PVxHxzhQglnzVE406IHnqp5dr_UkhiDX93TQRSNSyogkR2qG3JY3Z2efwQ4Nw853mta_NBCoZ5GSZMetM0ngv84A/s1600/trisha.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHfQ3pcmF6x4eMaZ5wzLEjLz651kLO3255NItA3CYHS2de__PVxHxzhQglnzVE406IHnqp5dr_UkhiDX93TQRSNSyogkR2qG3JY3Z2efwQ4Nw853mta_NBCoZ5GSZMetM0ngv84A/s1600/trisha.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span class="caption">Trisha Brown, 2008.<br />Crédito: Lourdes Delgado</span></td></tr>
</tbody></table>
Em 2010, tive a oportunidade de conversar pessoalmente com Trisha Brown durante a Bienal de Lyon. Conversar, na verdade, é modo de dizer. A mulher de cabeça branca diante de mim parecia distante da imagem questionadora dos anos 1970 e 1980 que eu tinha me acostumado a ver em vídeo. Ela falou pouco - bem pouco, na verdade - e, na maioria das vezes, tinha suas frases completadas por uma de suas bailarinas, prontamente localizada ao lado para qualquer intervenção. <br />
<br />
Não surpreendeu, portanto, quando Trisha, 76, anunciou, no fim do ano passado, que se afastaria das atividades da companhia que leva seu nome por motivo de saúde. Por outro lado, não deixa de ser espantoso que uma das quatro obras de sua turnê da despedida, programada para rodar o mundo até o fim de 2015 e que passa por São Paulo neste fim de semana, traga uma de suas duas últimas peças, feita em... 2011!<br />
<br />
Tudo leva a crer que a criação dessa última leva de trabalhos contou em boa parte com a colaboração de seus intérpretes-criadores. Mas, afinal, que mal há nisso se essa lógica que criação já a norteava desde os anos 1960 quando participava da Judson Church? É esse elenco que, mergulhado na lógica de pensamento de Trisha, tem a missão de fazer seu legado continuar mesmo sem ela. <br />
<br />
É que, simplesmente, não dá para esquecer o que ela fez pela arte contemporânea quando se tornou uma das primeiras pessoas a conseguir organizar um pensamento em torno de questões inesgotáveis até hoje. São reflexões sobre a relação entre espaço e ambiente, imprevisibilidade e livre-arbítrio, e, acima de tudo, sobre a capacidade de qualquer corpo de produzir de conhecimento. <br />
A turnê que segue até 2015 apresenta as obras dela criadas para o palco, o que vem fazendo a companhia mergulhar em um intenso processo de revirar o baú para remontar uma trajetória prolífica de mais de cem trabalhos. Depois, ela deve se dedicar aos site-specifics (que são as verdadeiras obras-mestras do repertório). <br />
<br />
Com isso, o grupo acaba por se transformar em um verdadeiro museu de Trisha, já que ela manifestou o desejo de que peças de outros coreógrafos não sejam incorporadas ao repertório. Mas qual será o prazo de validade de um projeto como esse?<br />
A batata quente está nas mãos de duas das mais longevas bailarinas da coreógrafa: Diane Madden e Carolyn Lucas, que assumiram o posto de diretoras artísticas associadas. Por ocasião da turnê, entrevistei Madden por e-mail para o jornal Metro. Para ela, não são só as questões levantadas por Trisha que ainda são inesgotáveis, mas a própria obra dela. "Ainda há muitos trabalhos serem redescobertos em novos contextos", diz. Confira:<br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://www.dansesaveclaplume.com/public/.Les-Yeux-et-l-ame_Trisha-Brown-2_m.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://www.dansesaveclaplume.com/public/.Les-Yeux-et-l-ame_Trisha-Brown-2_m.jpg" height="265" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Cena de "Les Yeux et L´Âme" (2011), <br />uma das duas últimas obras de Trisha</td></tr>
</tbody></table>
<strong>Parece que vocês têm trabalhado mais do que nunca desde o afastamento de Trisha Brown. O que mudou mais na rotina da companhia?</strong><br />Reuniões de planejamentos futuros! Estamos gastando bem mais tempo pensando e conversando sobre o que estamos fazendo e o porquê de tudo isso. <br />
<strong>A agenda da companhia demonstra uma grande preocupação com questões de memória. Há várias masterclasses com membros do grupo, além de remontagens de obras de Trisha com estudantes. Quão importante isso é para vocês?</strong>A disseminação dos conceitos coreográficos de Trisha por meio de remontagens estudantis sempre foram grande parte do que fazemos. Isso ajuda a desenvolver nosso público - os bailarinos e artistas que estudam hoje são o público de amanhã. Além da nossa memória corporal, nós usamos também um extenso arquivo de vídeos, filmes, desenhos e anotações. No futuro, tudo isso será interativo, o que levará o trabalho de Trisha a um público mais amplo.<br />
<br />
<strong>Em um artigo no "The New York Times", o crítico-chefe de dança Alastair Macaulay escreveu que tinha a sensação de que algumas remontagens de obras de Trisha haviam "silenciado". Quão difícil é manter vivo um repertório tão intenso quanto o de Trisha?</strong>É bem difícil, mas estamos fazendo isso há 30 anos e topamos o desafio! Quanto mais fazemos, mais entendemos as questões essenciais em torno de manter a integridade das ideias de Trisha. Alastair deve levar em conta que a percepção dele é em relação à própria lembrança que ele tem de ver o trabalho pela primeira vez.<br />
<br />
<strong>O que mantém o trabalho dela impactante para as novas gerações que, antes de verem suas obras, já entraram em contato com várias de suas ideias por meio da arte contemporânea?</strong>O artesanato coreográfico que é a obra de Trisha é a pedra fundamental da performance contemporânea. O trabalho dos artistas de hoje e o ponto de vista do público são renovados quando encontram essas relevantes "regras do jogo" coreógrafico que são o legado de Trisha.<br />
<br />
<strong>Você poderia apontar a lição mais marcante que aprendeu com ela enquanto era bailarina?</strong>A prática da improvisação me permite encarar a repetição de uma coreografia em vários níveis de consciência. Enquanto danço, faço um monitoramento profundo, interno e sem juízo de valor do que está acontecendo ao meu redor ao mesmo tempo que tenho uma consciência precisa da forma específica e intrincada [do movimento] que conquistei em incontáveis horas de estudo e prática. Essa é a experiência que tenho ao dançar trabalhos de Trisha e é o que uso para dirigi-los. <br />
<br />
<strong>A companhia não tem um prazo de validade como a de Merce Cunningham (1919-2009). Então por que chamar esta turnê de "turnê da despedida"? Vocês têm planos de montar trabalhos de novos coreógrafos após 2015?</strong><br />Estamos chamando esta turnê especificamente de "Despedida do Palco", celebrando os trabalhos de Trisha feitos para a caixa cênica. De acordo com o desejo dela, não haverá novos trabalhos de novos coreógrafos. Ainda há muitos trabalhos de Trisha (ela fez cem danças!) a serem redescobertos em novos contextos.<br />
<br />
<strong>Vocês estão planejando outra visita ao Brasil durante a turnê?</strong>Sim! Nesta visita de agora estamos visitando locais e nos reunindo para planejarmos o retorno de outros trabalhos de Trisha. Fique com olhos e ouvidos bem abertos - nós voltaremos!<br />
<br />
<strong>Serviço</strong><br />
<strong>O quê:</strong> Trisha Brown Dance Company<br />
<strong>Onde:</strong> Teatro Alfa (r. Bento Branco de Andrade Filho, 722, tel.: 5693-4000)<br />
<strong>Quando:</strong> Hoje, às 21h30, amanhã às 20h e domingo, às 18h<br />
<strong>Quanto:</strong> De R$ 40 a R$ 180Amanda Queiróshttp://www.blogger.com/profile/07517978738668826432noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5710396.post-61762514845034509892013-07-19T10:31:00.001-03:002013-07-19T10:31:40.644-03:00Duas boas escolhas<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://pauliceiadojazz.com.br/wp-content/uploads/2013/06/Sra.-Margareth-p%C3%A1g.5.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://pauliceiadojazz.com.br/wp-content/uploads/2013/06/Sra.-Margareth-p%C3%A1g.5.jpg" height="265" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Elenco oprimido de "Sra. Margareth" todo juntinho. Crédito: Divulgação</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal">
Há algo de muito animador no programa que a Cisne Negro Cia.
de Dança apresentou no fim de junho no Teatro Sérgio Cardoso. Enxuto na medida
certa para uma temporada popular, ele soube evidenciar o que o grupo tem de
melhor: a versatilidade e a qualidade técnica de seus competentíssimos
bailarinos. </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
A abertura ficou por conta de “Revoada”, de Gigi Caucileanu,
criada em 2007 para celebrar os 30 anos da trupe fundada por Hulda Bittencourt.
De cara, a peça mostra a habilidade do coreógrafo em dialogar de forma clara –
e eficiente – com o propósito da encomenda. Isso se vê logo no título – uma
referência explícita ao nome da companhia – e nos tutus vermelhos do figurino –
releitura atualizada do corpo de baile do clássico balé de repertório “O Lago
dos Cisnes”, do qual o Cisne Negro é um dos personagens centrais.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
A eficácia conquistada por Caucileanu está também presente
na trilha escolhida: excertos de “Pássaro de Fogo” e “Fireworks”, ambas de Igor
Stravinski (1882-1971), que exaltam não apenas outro tipo de ave, mas,
principalmente, outro tipo de ação diferente da do balé. É como se o
coreógrafo quisesse apontar a evolução do grupo, que nasceu dentro do clássico,
bateu asas e se transformou em algo maior, firmando-se como um conjunto
contemporâneo sólido.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Isso se vê na movimentação, que inverte papéis e tira os
homens do tradicional posto de partner, em duos, e os faz apresentar um
virtuosismo e um protagonismo costumeiramente relegados às
mulheres no balé. Apesar dessa escolha, a peça ainda segue um lirismo
próprio do clássico – que o grupo nunca abandonou enquanto técnica. Ele ganha ainda
mais beleza quando executado com este elenco afiado (mas que não perderia nada se afinasse um tantinho mais a sincronia).</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
“Revoada” fez um contraste positivo com a estreia nacional
de “Sra. Margareth”, de Barak Marshall. Baseado na dança-teatro, o trabalho é
um recorte de “Monger”, de 2008, primeira criação do coreógrafo desde que
deixou o posto de residente na prestigiada Batsheva Dance Company, em Israel.
Não há exatamente uma narrativa a ser contada, mas o argumento põe os
bailarinos como funcionários presos em um porão por uma patroa abusiva.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
A movimentação de Marshall é vigorosa como a de Caucileanu,
mas segue uma linha mais pop que conversa muito bem com uma geração que cresceu
vendo divas como Madonna e Beyoncé. Esse, aliás, é o melhor aspecto da obra:
saber fazer-se impactar em um público que não está acostumado a ver dança, mas
de forma inteligente, com uma dramaturgia equilibrada capaz de manter a peteca no ar
durante todo o tempo de duração. Com isso, "Sra. Margareth" se afirma como a melhor estreia do Cisne Negro em anos.</div>
Amanda Queiróshttp://www.blogger.com/profile/07517978738668826432noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5710396.post-70058833973957072462013-07-17T18:44:00.000-03:002013-07-17T18:58:34.403-03:00Queremos os étoiles!<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgyKrNREXsw1v_vvrS9CmXPKzB-5iPC7nxrjfIBE_ESNcxseCDY9Ri7wURX0T69Y_rNvMzfB09hyKCi4gz1cAtKpFuWLl8bZqHSvUOdKBhOcpPtAHZf0amceedpStcxdPRh8mxvQg/s1600/alina+somova.png" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgyKrNREXsw1v_vvrS9CmXPKzB-5iPC7nxrjfIBE_ESNcxseCDY9Ri7wURX0T69Y_rNvMzfB09hyKCi4gz1cAtKpFuWLl8bZqHSvUOdKBhOcpPtAHZf0amceedpStcxdPRh8mxvQg/s1600/alina+somova.png" height="330" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">#Vempracá, Alina Somova, vem! Crédito: Divulgação</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div style="font: 16.0px Helvetica; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Depois de um fraco giro pelo Brasil em 2011, o Balé do Teatro Mariinski (antigo Kirov) volta ao país em novembro do próximo ano dentro da temporada 2014 do Theatro Municipal de São Paulo, anunciada ontem pelo diretor artístico John Neschling. </span><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">O programa, no entanto, não foi revelado. A única certeza é que a trilha será conduzida pela própria Orquestra Sinfônica Municipal. </span></span></div>
<div style="font: 16.0px Helvetica; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; min-height: 19.0px;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font: 16.0px Helvetica; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: small;">Fico naturalmente alvoroçada com qualquer turnê brasileira de companhias internacionais históricas, mas o que os russos apresentaram por aqui há dois anos me faz ver a nova visita com desconfiança. Aproveitando a temporada de protestos pelo Brasil, começo já por aqui uma campanha: queremos os étoiles! </span></div>
<div style="font: 16.0px Helvetica; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; min-height: 19.0px;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font: 16.0px Helvetica; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: small;">Foi frustrante ver o terceiro elenco do grupo apresentado como astros da dança do leste europeu quando, a olhos vistos, eles simplesmente NÃO ERAM, fazendo vir abaixo o clichê (que perdura mais de 20 anos após o fim da URSS) de que o Kirov representa a nata do balé clássico mundial ao lado de seu conterrâneo Bolshoi.</span></div>
<div style="font: 16.0px Helvetica; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; min-height: 19.0px;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font: 16.0px Helvetica; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: small;">Em qualquer temporada dessas, pagamos bem caro pelos ingressos. Da última vez, foi algo em torno de R$ 300, preço equivalente ao das turnês nos Estados Unidos e na Europa. Acho que merecemos ter o mesmo nível apresentado nesses lugares, não?</span></div>
<div style="font: 16.0px Helvetica; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; min-height: 19.0px;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font: 16.0px Helvetica; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: small;">A outra demanda da campanha é: esqueçam "O Lago dos Cisnes"! É óbvio que esse é um clássico inegável e que é uma delícia assisti-lo com a companhia para a qual Petipa e Ivanov o criaram, mas ele esteve em TODAS as outras quatro turnês do grupo pelo Brasil. Acho saudável o elenco se provar em outros desafios, ainda mais quando se tem um público ainda muito carente de formação.</span></div>
<div style="font: 16.0px Helvetica; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font: 16.0px Helvetica; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px;">
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: small;">Quebra-Nozes com sotaque paulistano</span></b></div>
<div style="font: 16.0px Helvetica; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: small;">Outra novidade da temporada 2014 do Theatro Municipal é uma montagem do clássico "O Quebra-Nozes", em dezembro, pelo Balé da Cidade de São Paulo. Não tenho registro da companhia ter montado tal peça depois da revolução que a assolou nos anos 1970, quando abandonou a faceta de corpo de baile clássico para defender um repertório exclusivamente moderno e contemporâneo. </span></div>
<div style="font: 16.0px Helvetica; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font: 16.0px Helvetica; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: small;">Não dá para saber, portanto, esta será uma criação ou remontagem de uma coreografia já existente. De qualquer modo, será interessante ver que leitura o grupo dará para a história da noite de Natal inesquecível da menina Clara. O que se sabe é que a peça contará com a Orquestra Experimental de Repertório na execução da trilha de Tchaikovski (1840-1893). </span></div>
<div style="font: 16.0px Helvetica; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font: 16.0px Helvetica; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: small;">Em 2014, o Balé sobe ainda outras três vezes no palco do Municipal, duas delas com acompanhamento orquestral, mas não foram reveladas as peças que devem compor os programas. </span></div>
Amanda Queiróshttp://www.blogger.com/profile/07517978738668826432noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5710396.post-16497373366494059152013-07-16T01:02:00.004-03:002013-07-17T18:03:34.579-03:00Enfim, maduros<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJthfJ-9SwBCAC-cLwiW2m-guhkW_Z8jvPsjHfxhjT8mzCLVI7KB5UJA1lxjN-EHoKROQowPtkUbKzJ_0q6M5R4YxiUS_pvHWpkx2wBx1-J-nxityKQIqgCl45A6UHUOWQL2gOLw/s1600/Peekaboo01.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJthfJ-9SwBCAC-cLwiW2m-guhkW_Z8jvPsjHfxhjT8mzCLVI7KB5UJA1lxjN-EHoKROQowPtkUbKzJ_0q6M5R4YxiUS_pvHWpkx2wBx1-J-nxityKQIqgCl45A6UHUOWQL2gOLw/s1600/Peekaboo01.jpg" height="400" width="266" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Nielson Souza e Morgana Cappellari em <br />
"Peekaboo". Crédito: Marcela Benvegnu </td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal">
Quando a São Paulo Companhia de Dança foi criada, em 2008,
seu corpo de baile era formado basicamente pela nata de algumas das melhores
escolas de balé clássico espalhadas pelo país. Essa escolha entrava em choque
com o estilo de trabalho buscado desde então, voltado, em sua maior parte, a
peças modernas e contemporâneas.<br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Passados cinco anos, essa equação se inverteu. Em sua
primeira temporada de estreias de 2013, o grupo demonstrou ter conquistado
definitivamente maturidade para defender as obras que ostenta em seu
repertório. </div>
<div class="MsoNormal">
<br />
O que se viu ao longo de três semanas de junho no teatro
Sérgio Cardoso foram bailarinos que chegaram profissionalmente crus à companhia,
com pouco ou nenhum histórico de trabalho anterior, e que tomaram, enfim,
ciência de suas possibilidades. Mais importante: cresceram juntos, fazendo com
que esse legado não seja apenas individual, mas de todo o grupo, que começa a
forjar assim uma identidade e uma assinatura a despeito da grande renovação de
profissionais típica desse campo de trabalho.</div>
<div class="MsoNormal">
<br />
Com isso, nomes como Fabiana Ikehara, Morgana Cappellari e
Yoshi Suzuki ajudaram a fazer com que o repertório contemporâneo da companhia subisse
degraus em densidade e camadas de leitura. O trânsito nessa área ficou tão mais
familiar que foi o balé que sobrou na jogada: nunca o grupo falhou tanto quanto
dessa vez em “Theme and Variations”, peça de verve extremamente clássica de
George Balanchine (1984-1983).</div>
<div class="MsoNormal">
<br />
Outra observação é que, a despeito dessa maturidade conquistada,
o elenco precisa olhar com mais cuidado para suas peças mais antigas e
trabalhar, principalmente, a sincronia, como em “Bachiana n<sup>o</sup> 1”
(2012), de Rodrigo Pederneiras, que carece de uniformização nas intenções dos
movimentos entre todos do conjunto – algo já visto antes e que, aparentemente,
se perdeu no meio do caminho. </div>
<div class="MsoNormal">
Das três estreias da temporada – todas contemporâneas –, duas
delas partiram de coreógrafos com os quais os bailarinos já haviam tido
contato, o que possibilitou um aprofundamento em torno de suas linguagens. </div>
<div class="MsoNormal">
<br />
A remontagem de “Por Vos Muero” (1996), de Nacho Duato, peca
por carregar certo cheiro de mofo na cenografia e no figurino. Sua
movimentação, no entanto, sabe fazer um diálogo importante com a passionalidade
da trilha, baseada em música antiga espanhola, e acaba bem defendida pela
trupe. O desempenho não surpreende de todo, já que uma das remontagens mais bem
resolvidas da companhia até então havia sido justamente a de “Gnawa” (2005),
também de Duato. </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Apesar disso, a mencionada maturidade do grupo fica mesmo evidente
na inédita “Peekaboo”, de Marco Goecke. O grupo, que já havia lidado com o
vocabulário de movimentos muito específico do coreógrafo alemão na remontagem
de “Supernova”, em 2010, pôde agora mergulhar ainda mais na linguagem dele
nesta criação original para a SPCD. Embalada pela “Simple Symphony”, de
Benjamin Britten (1913-1976), “Peekaboo” é mais densa que “Supernova” e só
funciona a partir de um exaustivo trabalho de precisão e refinamento dos gestos
frenéticos e ágeis propostos por Goecke. <br />
<br />
<div class="MsoNormal">
Inspirada pela brincadeira de esconder e aparecer típica das crianças, a peça faz uso inteligente da trilha de Britten, composta por ele ainda na infância, e tem seu momento mais belo justamente no ponto menos “goeckiano”, em que a respiração intencionalmente ofegante dos bailarinos quase sufoca a trilha enquanto eles estão parados no mesmo lugar, movimentando apenas os braços, sob uma penumbra, evocando o desalento da solidão de quem ainda não foi “achado” na brincadeira.</div>
<div class="MsoNormal">
<br />
Diante desse resultado, a primeira parceria da SPCD com Luiz Fernando Bongiovanni, “Utopia ou o Lugar que Não Existe”, acabou ofuscada por certa falta de ousadia da parte do coreógrafo, segundo o qual a utopia na dança está no “belo”. Em busca do que supõe ser essa qualidade, ele propõe uma movimentação que não desafia o elenco em nada e segue uma dramaturgia que se escora basicamente em figurino (preto e branco) e cenografia (com diferentes mapas de cores e um piano ao fundo de onde era executada a trilha de Camargo Guarnieri [1907-1993]), esvaziando a tentativa de se levantar alguma questão sobre uma possibilidade de se construir esse tal “lugar que não existe”.</div>
<div class="MsoNormal">
<br />
Para completar, a peça estreou justamente na semana em que o Brasil foi varrido por ondas de protesto. Se por um lado Bongiovanni teve a sorte de “sacar” um certo desalento que se traduziu nas tais manifestações, ele não teve tempo de responder coreograficamente aos debates surgidos a partir delas sobre ideologia e ativismo. Com isso, sua visão bela (porém entristecida) da utopia acabou descolada da realidade por um timing ruim, o que é uma pena.<br />
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjvo6OBOiVSXwvMO5VBeFqAX4Ec-aYs6T4vakZhn_NPftJqe8BdH5orCDqRVaRvgx7fI9KZmQ9CBULe9iW9p44I1JlnFnGrnTaeLhrJPfvts2pqsKPR18pILchjBAdnUbu9etWiYg/s1600/por_vos_muero2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjvo6OBOiVSXwvMO5VBeFqAX4Ec-aYs6T4vakZhn_NPftJqe8BdH5orCDqRVaRvgx7fI9KZmQ9CBULe9iW9p44I1JlnFnGrnTaeLhrJPfvts2pqsKPR18pILchjBAdnUbu9etWiYg/s1600/por_vos_muero2.jpg" height="425" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Fabiana Ikehara e Nielson Souza em "Por Vos Muero". Crédito: Silvia Machado</td></tr>
</tbody></table>
</div>
Amanda Queiróshttp://www.blogger.com/profile/07517978738668826432noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5710396.post-17899105934474380812013-05-07T19:19:00.001-03:002013-05-09T10:23:09.621-03:00Altos e baixos de um recém-nascido<br />
<div style="font: 14.0px Helvetica; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px;">
O Festival O Boticário na Dança encerrou ontem em São Paulo. Consegui ver todos os espetáculos, então aproveito agora para fazer um apanhado dos altos e baixos do evento. Lá vai.</div>
<div style="font: 14.0px Helvetica; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; min-height: 17.0px;">
<br /></div>
<div style="font: 14.0px Helvetica; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px;">
<b><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Sobe</span></b></div>
<div style="font: 14.0px Helvetica; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px;">
<i>- A curadoria:</i> Ao bancar a vinda ao Brasil de quatro companhias internacionais completamente inéditas pelas bandas de cá, todas com trabalho sedimentado a partir dos anos 2000, a curadoria do alemão Dieter Jaenick (ex-Carlton Dance) demonstra uma ousadia aparentemente abandonada pelas produtoras que costumam trazer grandes grupos estrangeiros e se acostumaram a apresentar repetecos não só de grupos, mas até mesmo de programas, como se quisessem reprisar o sucesso obtido em turnês anteriores. Sabemos, porém, que a coisa não funciona bem assim e nada garante público.</div>
<div style="font: 14.0px Helvetica; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; min-height: 17.0px;">
<br /></div>
<div style="font: 14.0px Helvetica; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px;">
<i>- O preço dos ingressos:</i> Não surpreende que o Festival tenha iniciado com todas as apresentações com ingressos esgotados. Afinal, pagar R$ 20 para ver uma produção exigente do ponto de visto logístico, com cenários robustos e elenco vasto, não é nem razoável, é barato mesmo. E começar tudo com garantia de casa cheia – e de filas de espera longuíssimas – dá um gostinho bem saboroso na boca.</div>
<div style="font: 14.0px Helvetica; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; min-height: 17.0px;">
<br /></div>
<div style="font: 14.0px Helvetica; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px;">
<i>- A opção por organizar um festival:</i> Tenho um chute. Pelo que vi nestes últimos dias, organizar apresentações encarrilhadas dia após dia, usando um mesmo bombardeio de divulgação para todas as atrações, é mais eficiente para a formação de público novo do que a organização de temporadas. Claro que os habitués da cena da dança contemporânea de São Paulo estavam por lá, mas o que marcou foi ver mesmo muita cara nova, e em repetidos dias. Ponto para o ingresso barato e a divulgação.</div>
<div style="font: 14.0px Helvetica; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; min-height: 17.0px;">
<br /></div>
<div style="font: 14.0px Helvetica; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px;">
<b><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Desce</span></b></div>
<div style="font: 14.0px Helvetica; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px;">
<i>- Privilégio da Shen Wei:</i> Não deu pra entender muito bem por que a Shen Wei Dance Arts foi a única contemplada com dois dias de apresentação. Ok, o programa foi interessante – uma dobradinha com "A Sagração da Primavera" e "Folding" –, dando vazão a aspectos completamente distintos de uma mesma companhia, com a primeira peça extremamente virtuosa e a outra com uma dramaturgia mais bem trabalhada e emocionante. O problema é que faltou a ela o impacto que uma obra como a de Hofesh Schechter teria para abrir os trabalhos.</div>
<div style="font: 14.0px Helvetica; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; min-height: 17.0px;">
<br /></div>
<div style="font: 14.0px Helvetica; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px;">
<i>- Encerramento numa segunda (!):</i> Também não deu pra entender de jeito nenhum por que resolveram por fim ao festival numa segunda-feira – ainda mais quando o programa de encerramento seria o mais longo de todo o festival, numa sequência da Quasar e do Grupo de Rua de Niterói, cada um com trabalhos de 60 minutos de duração. A perspectiva de fim para depois da meia-noite, quando o transporte público fica escasso, fez mais da metade do público se mandar antes da hora, no meio do espetáculo, o que é sempre péssimo. Além disso, perdeu-se a oportunidade de fechar de forma apoteótica, como uma grande festa. Sair do Auditório vendo aquele monte de poltronas já vazias deixou um gostinho ruim.</div>
<div style="font: 14.0px Helvetica; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; min-height: 17.0px;">
<br /></div>
<div style="font: 14.0px Helvetica; margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px;">
<i>- Grupo de Rua de Niterói:</i> O trabalho mais desafiador de todo o Festival foi também o mais mal programado. Apesar de seguir a linhagem da popular street dance, "H3" não é uma peça de simples absorção, que causa empatia de cara. Ela demanda tempo e abertura do público, algo que só se consegue numa intricada negociação entre artista e plateia que dificilmente se realizaria às 22h30 de uma segunda-feira, hora em que a peça começou, logo após "No Singular", trabalho de verve muito pop da Quasar. Acabou que uma coisa não combinou com a outra, apesar de os dois espetáculos funcionarem bem (mas cada um no seu quadrado). </div>
Amanda Queiróshttp://www.blogger.com/profile/07517978738668826432noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5710396.post-39792116285033969412013-05-04T12:18:00.002-03:002013-07-16T01:10:32.187-03:00"É muito caótico fazer dança", diz Hofesh Schechter<div>
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhuVL0X98qyc2Nw1zwJurqSfnqR0RZKM-O6shMGEQsr2PY-2fE6zn340-myE-4-XwHVW-UxPM_EpB10-fItvqxp3YgiQfLtzzeIYbLEQedktLzpPMk7H1tFQtX2n2Goyvct77ol7Q/s1600/hofesh2.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhuVL0X98qyc2Nw1zwJurqSfnqR0RZKM-O6shMGEQsr2PY-2fE6zn340-myE-4-XwHVW-UxPM_EpB10-fItvqxp3YgiQfLtzzeIYbLEQedktLzpPMk7H1tFQtX2n2Goyvct77ol7Q/s1600/hofesh2.jpg" height="300" width="320" /></a></div>
<span style="font-family: Arial; font-size: 15px; line-height: 17px;">O israelense Hofesh Schechter era um cara dividido entre a música e a dança até resolver unir as duas paixões no início dos anos 2000 com a fundação de sua própria companhia, sediada em Londres. "Political Mother" é a síntese da fusão feita pelo coreógrafo entre essas duas linguagens. Criado em 2010, o espetáculo foi atração de ontem da edição paulistana do Festival O Boticário na Dança</span><span style="font-family: Arial; font-size: 15px; line-height: 17px;">. Nele, dança e rock and roll ao vivo se unem para criar um manifesto jovem e poderoso sobre a condição de opressão sob a qual está submetido o homem contemporâneo. Fruto da aclamada companhia israelense Batsheva, Schechter toma emprestados elementos da dança folclórica para criar uma movimentação original e contagiante. Segue abaixo a íntegra da entrevista que fiz com ele, publicada ontem no jornal <a href="http://www.readmetro.com/" target="_blank">Metro</a>.</span><span style="font-family: Arial; font-size: 15px; line-height: 17px;"><br /></span><br />
<div>
<br />
<div dir="ltr" id="docs-internal-guid-3de2281e-6ffb-1785-2de9-b4bda00a411e" style="line-height: 1.15; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;">
<span style="font-family: Arial; font-size: 15px; vertical-align: baseline;"><b>Você já esteve na Batsheva Dance Company e também teve uma banda de rock. Você poderia falar da relação entre dança e música em seu trabalho?</b></span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.15; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;">
<span style="font-family: Arial; font-size: 15px; vertical-align: baseline;">Comecei na arte como pianista, quando tinha 6 anos. Meu ponto de partida foi esse: ouvir muitos discos de música clássica. Descobri a dança quando tinha uns 12 anos, por meio da dança folclórica, e o que mais gostei dela foi o aspecto coletivo. Com o piano, eu praticava tudo sozinho. Na dança, eu poderia estar com outras pessoas. Foi meio desafiador, mas também interessante fazê-lo. Quando entrei na Academia, em Jerusalém, escolhi entrar no departamento de dança pelo mesmo motivo. Preferia estar com outros do que sozinho numa sala. E daí entrei na Batsheva. Fiquei alguns anos e foi uma experiência incrível, aprendi muito, mas também sentia que meu coração estava um pouco dividido. Eu realmente queria dançar, mas sentia que o lado musical da minha vida estava dormente e que sentia falta dele. Eu realmente queria me reconectar com esse aspecto. Daí saí do Batsheva. Não sabia bem o que fazer, então comecei a tocar bateria. Meio por acaso, cheguei a Londres e toquei em uma banda de rock, mas ela acabou se desfazendo por falta de grana. Então me vi tendo que dançar de novo em uma companhia. Mas depois de dois anos na cidade, decidi que queria fazer meu próprio trabalho. Foi a primeira vez que me senti pleno, por poder fazer tanto música quanto dança, e fazer esses dois mundos ficarem juntos de uma maneira completamente harmônica. Tive um prazer imenso de poder criar todo o trabalho: a música, a cenografia, a coreografia. É muito difícil, mas há algo de muito satisfatório nisso tudo, algo de muito excitante.</span></div>
<br />
<span style="font-family: Arial; font-size: 15px; vertical-align: baseline;"></span><br />
<div dir="ltr" style="line-height: 1.15; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;">
<span style="font-family: Arial; font-size: 15px; vertical-align: baseline;"><b>Seu trabalho não parece funcionar bem no vídeo.</b></span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.15; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;">
<span style="font-family: Arial; font-size: 15px; vertical-align: baseline;">Acho que o público tem um grande papel no espetáculo. Talvez ele esteja ciente do fato de que ter outras mil pessoas também testemunhando aquilo qe está acontecendo no espaço é parte do que o torna poderoso. Há algo sobre o espetáculo, o poder da música ao vivo. Algo em que realmente penso quando faço um trabalho é criar algo para ser mostrado, algo parecido com uma grande cerimônia. Sem as pessoas, ele perde a força. Acho que há algo na peça que talvez as faça não se sentirem apenas como espectadores, mas parte daquilo. E talvez você não se sinta assim se a vir em um DVD.</span></div>
<br />
<span style="font-family: Arial; font-size: 15px; vertical-align: baseline;"></span><br />
<div dir="ltr" style="line-height: 1.15; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;">
<span style="font-family: Arial; font-size: 15px; vertical-align: baseline;"><b>Uma das apresentações de "Political Mother" teve parte das poltronas retiradas para que o público pudesse ficar de pé. Foi ideia sua?</b></span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.15; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;">
<span style="font-family: Arial; font-size: 15px; vertical-align: baseline;">Foi algo que imaginei depois de muita gente me dizer que gostaria de se mexer, que se sentiu preso à cadeira ao ver meu trabalho. Pensamos nisso e encontramos a ideia de fazer o público se levantar se quisesse, como em um show de rock. Fizemos isso em "Political Mother – The Choreographer's Cut", que tem 25 músicos no palco. Então, na verdade, é mesmo um grande show de rock. A diferença é incrível, porque as pessoas se sentem muito mais livres para responder ao trabalho quando estão de pé. Elas gritam e é incrível, eu realmente gosto. Você vê as pessoas deixando a música e a dança se apoderar do corpo delas. E isso também quebra um pouco as regras do teatro.</span></div>
<br />
<span style="font-family: Arial; font-size: 15px; vertical-align: baseline;"></span><br />
<div dir="ltr" style="line-height: 1.15; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;">
<span style="font-family: Arial; font-size: 15px; vertical-align: baseline;"><b>Você sente que "Political Mother" é a consolidação de sua obra?</b></span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.15; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;">
<span style="font-family: Arial; font-size: 15px; vertical-align: baseline;">Não sei. Não vejo as coisas desse modo. Acho que ser um artista é algo muito frágil. Confiança não é algo com o qual eu me sinta confortável. O trabalho em dança – a coreografia – é muito temporário. Você faz algo, está logo no palco, tem a perfomance, que vai e vem. Então, é difícil para mim ter o sentimento de uma conquista. É muito caótico fazer dança. Não é como escrever um livro. Posso ver um progresso e ter a noção de que meu trabalho se torna mais complexo. Ele se transforma lentamente, mas toma ângulos diferentes. Sempre faço trabalhos sobre o que eu sou, sobre o ponto em que estou na vida.</span></div>
<br />
<span style="font-family: Arial; font-size: 15px; vertical-align: baseline;"></span><br />
<div dir="ltr" style="line-height: 1.15; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;">
<span style="font-family: Arial; font-size: 15px; vertical-align: baseline;"><b>Que questões o preocupavam enquanto concebia "Political Mother"?</b></span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.15; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;">
<span style="font-family: Arial; font-size: 15px; vertical-align: baseline;">Acho que o principal elemento foi fazer realidade diferentes se chocarem umas com as outras. Cada um desses mundos representa parte da nossa vida ou das energias que existem no mundo. Então eu senti que seria interessante colocá-los próximos um ao outro, quase como em um filme, e criar uma resposta emocional a partir daí. Acho que as primeiras são frustração e raiva. Outra, que vêm depois, é aceitação. Pensei muito e percebi que vivemos em um mundo maluco! Tentei trazer questões sobre controle, perseguição, opressão e a confusão entre escolher seguir algo e acabar sendo escravo desse algo. Em suma, é um trabalho sobre a política de nosso mundo e como sobrevivemos à opressão.</span></div>
<br />
<span style="font-family: Arial; font-size: 15px; vertical-align: baseline;"></span><br />
<div dir="ltr" style="line-height: 1.15; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;">
<span style="font-family: Arial; font-size: 15px; vertical-align: baseline;"><b>Por que criar um "Choreographer's Cut"?</b></span></div>
<span style="font-family: Arial; font-size: 15px; vertical-align: baseline;">Foi uma pequena piada. Óbvio que quando fiz o primeiro trabalho, fiz o que realmente queria, mas com "Choreographer's Cut" eu tive mais liberdade. Recebi um apoio para fazer o que eu quisesse, com o dinheiro que precisasse. Isso me deu liberdade para criar uma verdadeira celebração. Não senti que mudei o coração da peça, que é uma massa de gente, e ela acabou ainda mais poderosa. É barulhento, grande e arrebatador.</span></div>
Amanda Queiróshttp://www.blogger.com/profile/07517978738668826432noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5710396.post-47515218578649228822013-05-04T12:18:00.001-03:002013-05-04T12:18:05.261-03:00Um cometa na dança contemporâneaEscrevi o texto abaixo em setembro de 2010, horas depois de ter assistido "Political Mother", de Hofesh Schechter, pela primeira vez, durante a Bienal de Dança de Lyon. Quando soube que a peça estaria no Festival O Boticário na Dança, fiquei animadíssima. As lembranças que tinham era de uma peça jovem e vigorosa, capaz de atingir facilmente a uma plateia leiga, mas sem ser puramente comercial ou cheia de concessões. Uma peça superurbana, com a cara de São Paulo e do público daqui. Pela reação que vi na noite de ontem, parece que ela "bateu". Na minha revisão, no entanto, encontrei alguns poréns. Pensei em reescrever, mas acho que a essência do texto - escrito originalmente para a Folha de S.Paulo, mas nunca publicado - se mantém. Por isso, aqui vai.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhlXXH5O7bEWeV8_o76a5WlhDFaXU2kg4cIB6JdDVH8XkWFaNnJhEY5Tlvc0Bim9xBfnW8AqZp4OA6SpcN8KmxrT7gakRoj4U0waxfdqEz2muL-puoxjufnAlraVgcs6H4hE0phlQ/s1600/hofesh1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhlXXH5O7bEWeV8_o76a5WlhDFaXU2kg4cIB6JdDVH8XkWFaNnJhEY5Tlvc0Bim9xBfnW8AqZp4OA6SpcN8KmxrT7gakRoj4U0waxfdqEz2muL-puoxjufnAlraVgcs6H4hE0phlQ/s1600/hofesh1.jpg" height="425" width="640" /></a></div>
<br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Ditadura, semitismo, ritual, massa e pop rock são palavras que se
aglomeram em torno do trabalho mais recente do coreógrafo israelense Hofesh
Shechter. “Political Mother”, que foi apresentado no último fim de semana na
14ª Bienal de Dança de Lyon, é uma bomba de informações sobre a condição
política do homem contemporâneo. </div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Estabelecendo uma ponte direta entre passado e presente, o trabalho tem
arrastado comentários positivos tanto de público quanto de crítica. </div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
A hecatombe provocada por Shechter é anunciada antes mesmo do início da
peça. Na entrada da sala, recebe-se um par de tampões de ouvido: prenúncio de
que o que viria faria muito, muito barulho. </div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
A trilha, composta com participação do coreógrafo, é posta no volume
máximo. Nela, uma música de base, parecida com as tradicionais judaicas, é
sobreposta por marchas militares e rock and roll tocados ao vivo, com músicos
no próprio palco. </div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Ao fundo, dois bailarinos se alternam ora no papel de líder de banda
rock, ora no de um ditador aos moldes de Adolf Hitler. Enquanto isso, outros
tantos tomam o palco numa dança frenética, com movimentos propositalmente
cheios de afetações. </div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
A cenografia é carregada, predominantemente escura, coberta de fumaça, com
raras aberturas de luz. Todos esses elementos contribuem para uma rica experiência
auditiva e visual que empurra inevitavelmente o público para dentro da cena,
criando uma atmosfera cativante, principalmente para os mais jovens. </div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Shechter se aproveita dessa captura para propor uma reflexão sobre a
dificuldade da coexistência e os riscos da intransigência política e cultural,
num ritmo quem mantém uma tensão de arrepiar. </div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
É um espetáculo por vezes excessivo, que talvez ganhasse mais força caso
melhor editado. Mas o saldo é positivo e impressionou o público lionês após uma
estreia de sucesso, em maio, na Inglaterra. </div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Apesar de ter nascido em Jerusalém e ter integrado a tradicional
companhia Batsheva, o coreógrafo reside em Londres desde 2002, onde trabalha
com o grupo que leva seu nome. “Uprising”, criada em 2006, é o marco que o fez
ser apontado como novo “cometa” da dança contemporânea.</div>
Amanda Queiróshttp://www.blogger.com/profile/07517978738668826432noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5710396.post-6749795173031312802013-03-13T23:36:00.001-03:002013-03-13T23:40:23.703-03:00Construído no "entre"<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOOoJKHkZmjNri6gx0opXG15nuQsYkbNWtwsXjSdgKl2D0N596gvZkM0f5nDylboNeh41qyh4FpXgGd8G1kV0nnOzuURBPMkUJIfKJMOygVhe8J8AfHZ1MTX6d3sxZlBQNOlSP2g/s1600/safo.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOOoJKHkZmjNri6gx0opXG15nuQsYkbNWtwsXjSdgKl2D0N596gvZkM0f5nDylboNeh41qyh4FpXgGd8G1kV0nnOzuURBPMkUJIfKJMOygVhe8J8AfHZ1MTX6d3sxZlBQNOlSP2g/s1600/safo.jpg" height="300" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Cena da primeira parte do espetáculo, "Safo". Crédito: Bruno Veiga/Divulgação</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="MsoNormal">
A questão na qual se fundamenta “Dociamargo” se levanta já no
neologismo de seu próprio título: algo que não é doce, nem amargo, é
dociamargo, as duas coisas ao mesmo tempo, um adjetivo que parece se
contradizer em si, mas que, ainda assim, soa viável. Afinal, por que não?
</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
É nesse “entre”, na mistura que faz surgir algo novo, que se
constrói o novo espetáculo da Renato Vieira Cia. de Dança. A peça é concebida
em duas partes, a primeira de autoria do de Bruno Cezário e a segunda, do
próprio Vieira. Cada uma se debruça sobre o drama amoroso a partir de duas
figuras gregas, respectivamente: a
poetisa Safo, que tinha como principal temática o amor às mulheres, e o mito de
Afrodite, a deusa do amor.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Em cena, os coreógrafos propõem leituras distintas sobre o
tema, mas que inerentemente se cruzam. Detentor de uma concepção cênica
bastante amadurecida, Cezário abre o trabalho com uma imagem marcante que dará
a tônica do que virá. O amor de Safo, segundo ele, é um mergulho sem medidas em
um buraco negro, infinito como a saia aparentemente sem fim da bailarina Soraya
Bastos. Há, aqui, certo tom de melancolia e desespero, qualidades desse tal
“dociamargo” exaltado, pela primeira vez, em um poema de Safo.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Mas é na peça de Vieira que a questão da mescla presente no neologismo do título fica mais
evidente. Embalado pela força das tragédias operísticas, ele reflete justamente
sobre esse algo novo, inédito, construído no "entre" de coisas distintas, que assusta e seduz ao mesmo tempo. Através das
imagens propostas – uma delas com um bailarino sobre saltos altos –
faz-se rapidamente uma associação desse “entre” com a cultura transexual, do
indivíduo que não é homem nem mulher, mas trans, e que, tal qual como o amor, transborda
gêneros e é impossível de se categorizar.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
A beleza de “Dociamargo” está em deixar este senso de
novidade e de estranhamento guiar a construção coreográfica. Com isso, a peça
confere um significado para o termo que não pode ser posto em palavras, mas
apenas dançado. E quando só se é possível dizer algo dessa forma, bem, certamente
estamos diante de boa dança. </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>Serviço: </b>Renato Vieira Cia. de Dança ( Rio de Janeiro)</div>
<b>Onde:</b> Complexo Cultural Funarte/SP – Sala Renée Gumiel (Alameda Northmann, nº1058, Campos Elíseos, tel.: 11 3662-5177)<br />
<b>Horário:</b> 19 horas<br />
<b>Classificação</b>: 18 anos<br />
<b>Ingressos</b>: R$ 10,00 ( inteira ) e R$ 5,00 ( estudantes e idosos)<br />
<b>Capacidade da sala:</b> 70 lugaresAmanda Queiróshttp://www.blogger.com/profile/07517978738668826432noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5710396.post-28169239491892280182013-03-04T01:05:00.000-03:002013-03-04T01:05:13.777-03:00Nem tudo que reluz é ouroTem muita gente que não gosta de galas. Eu até entendo, sabe? Você vê um bocado de peças soltas, sem conexão aparente umas com as outras, e sempre sob o risco de o resultado final não passar de mero exercício de virtuosismo. Justamente por isso, programar uma boa gala é bem mais difícil do que parece.<br />
<br />
Digo isso ainda sob o impacto da Gala Royal Opera House, que abriu a temporada 2013 do Theatro Municipal do Rio neste último fim de semana. Anunciada em conjunto com uma bem-vinda parceria entre as casas britânica e carioca, a apresentação causou inevitável expectativa: oito primeiros-bailarinos do Royal Ballet, incluindo os brasileiríssimos Thiago Soares e Roberta Marquez, dançariam algumas das mais finas peças do repertório desta instituição britânica - tudo intercalado pela participação de três cantores do programa Jette Parker para Jovens Solistas. <br />
<br />
A sequência de atrações anunciada também era promissora: alguns grand pas-de-deux pesos-pesados, como "Cisne Negro" e "A Bela Adormecida", estariam mesclados a trabalhos dos atuais expoentes da companhia, como Christopher Wheeldon e Wayne McGregor (ele mesmo, o coreógrafo favorito do Thom Yorke!).<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjxDo2thMGj_cSrSzx8L2DbUX73Mef1ifbK1ut4CjANCxHEtC82c0Ye21PYGGlaY_Sxcl7UDNMzZKp0s3OoW6mWocc6hRBOcdlegKMET685s_l5r4Xhc33HdLOug8lSbe4prpWEMg/s1600/Marianela+Nunez+e+Thiago+Soares.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjxDo2thMGj_cSrSzx8L2DbUX73Mef1ifbK1ut4CjANCxHEtC82c0Ye21PYGGlaY_Sxcl7UDNMzZKp0s3OoW6mWocc6hRBOcdlegKMET685s_l5r4Xhc33HdLOug8lSbe4prpWEMg/s1600/Marianela+Nunez+e+Thiago+Soares.jpg" height="409" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Mais amor, por favor, para Thiago Soares, ao lado da amada Marianela Nuñez, do grand pas do"Cisne Negro" </td></tr>
</tbody></table>
Pois bem, a coisa começou a degringolar quando foi anunciado, logo ao início, que, "por motivos de saúde" do bailarino Steve McRae, as peças "Im Treibhaus", de Alastair Marriott, e o pas-de-deux do balcão de "Romeu e Julieta" - este com Marquez - não seriam apresentadas. Ok, imprevistos acontecem. Mas, em todas as vezes que já lidei com essa situação, sempre havia um esforço para "remendar" a noite com a substituição das obras perdidas. Dessa vez, tive que chupar o dedo.<br />
<br />
É que essa simples configuração mudou tudo. O que era para ser secundário - a parte das árias - ganhou destaque acima do esperado e descompensou a apresentação. O "Cisne Negro" do casal Thiago Soares e Marianela Nuñez sofreu com a falta de sincronia entre o ritmo dos bailarinos e o andamento da Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, desta vez sob a regência de Dominic Grier. E quem conhece a obra de Tchaikovski (1840-1893) composta especialmente para balé sabe que vê-la ser dançada fora do tempo, como se deu em alguns momentos aqui, é praticamente um sacrilégio.<br /><br />Além disso, Soares já esteve bem melhor no palco. Seus movimentos continuam corretos, mas o vigor e a interpretação - seus grandes diferenciais - andam ofuscados por uma espécie de excesso de energia do corpo que o faz gastar força demais para gestos que só fazem sentido em um estado mais desarmado, que exige sutileza. <br />
<br />
O duo "Qualia", por Leanne Bejamin e Edward Watson, também pareceu padecer do mesmo mal. Mas... o trabalho de McGregor é excessivamente virtuoso, nele não há momentos de suaves. Além disso, sua questão é mesmo o movimento. Então tudo bem. <br />
<br />
Intervalo, rumo ao segundo ato: "a coisa agora vai decolar", penso. Só que não. <br />
<br />
Veio Bejamin com "Requiem - Pie Jesu", um solo de Kenneth MacMillan (1929-1992) que não mostra quase nada de um dos coreógrafos que mais soube imprimir sua marca no Royal Ballet. Com "Romeu e Julieta" fora da jogada, restou a Sarah Lamb e Edward Watson dizerem o que realmente representou a obra do cara com uma interpretação do pas-de-deux de "Manon" - comportada, e não arrebatadora, como a música de Massenet implora.<br />
<br />
Teve também um come back de Soares & Nuñez com "After the Rain", de Christopher Wheeldon, sob música de Arvo Pärt - e foi aqui, onde só há o piano e o violino como trilha, que a sensação do grand pas do "Cisne Negro" virou certeza. Quem já ouviu "Spiegel im Spiegel" não pode esperar nada menos que sutileza e doçura. E como fazer isso com um corpo tensionado o tempo inteiro? Nesse jogo, Marianela se saiu bem melhor. <br />
<br />
Daí chegou a hora da única participação de Roberta Marquez na noite, no grand pas-de-deux de "A Bela Adormecida", também de Tchaikovski, com o tal bailarino que, por motivos de saúde, não dançara outras duas peças (e fez, ainda assim, a melhor variação da noite, vá lá entender como). Ela é uma graça. Seu único pecado foram uns braços ininteligíveis durante as piruetas que acabavam em pescada (essa pose aí de baixo, ó). De resto, ela pareceu ter nascido para ser princesa Aurora para sempre - não à toa, foi dançando este papel, como convidada do Royal, que ela descolou o posto de primeira-bailarina por lá. <br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeO0WCsMlCy2Jc2b_UF8RqbCf__-y7eX4OPICHWIOQGBRUm0omHpwkDBeznVYBCp7fxFRXCiU1cBghQOsn2QYGgkhDDbwot-3xs0wJVaASq1a8-I7wTz7fZm06gdGMyzFlcrqdjw/s1600/Roberta+Marquez+e+Steve+McRae.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeO0WCsMlCy2Jc2b_UF8RqbCf__-y7eX4OPICHWIOQGBRUm0omHpwkDBeznVYBCp7fxFRXCiU1cBghQOsn2QYGgkhDDbwot-3xs0wJVaASq1a8-I7wTz7fZm06gdGMyzFlcrqdjw/s1600/Roberta+Marquez+e+Steve+McRae.jpg" height="425" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Senhor McRae, não me importo de passar mal de vez em quando se isso me fizer conseguir os seus tours en l´air, viu?</td></tr>
</tbody></table>
<br />
E aí.. puft. Agradecimentos do casal. Entram os demais. Agradecimentos de todos... Acabou. Eu, que estava sem o programa, fiquei desconsolada. Onde teria ido parar o conjunto que encerraria a noite? Pelo que tinha lido antes de sair de casa, seria uma peça de Liam Scarlett em cima de música de Strauss II, com a participação de todos, cantores e bailarinos.<br />
<br />
Scarlett é a sensação do momento na dança inglesa. Ele abandonou a carreira de bailarino para se dedicar à coreografia, tendo sido apontado no fim do ano passado como artista residente do Royal Ballet. Tudo isso, pasmem, aos 26 anos. Não tinha como não estar curiosa para conferir algum trabalho dele. Mas não. Encerrou aí mesmo com o pas-de-deux, um repeteco da parceria Tchaikovski-Petipa (já vista no "Cisne Negro"), tudo na mesma noite...<br />
<br />
Confesso, saí do Municipal do Rio frustrada. Adoro o Royal, mas a gala esteve realmente aquém do que a companhia é. E olha que tive tempo para pensar a respeito de tudo isso, já que o caminho de volta para casa levou umas boas seis horas de estrada. Ainda torço muito para que a turnê de 2015 aconteça. Mas aí, sim, com toda a estrutura disponível e necessária - e com todos de prontidão para os devidos ajustes no programa, quando necessário.Amanda Queiróshttp://www.blogger.com/profile/07517978738668826432noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5710396.post-29469262387035850252013-03-04T00:22:00.000-03:002013-03-04T00:22:32.181-03:00Tão bonitinho por fora, mas por dentro...<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhB87jhh0UtGZDgauQgiEEv0EFmvqLSf27SctRY4RAt284Rqbh_8UkD6OJa3G3MUMciJfrAqVr8M88ekLoF4VWv245dslxi6xipPKnwtD27kxvTIkzHBG9HM1mDsvFTWUeoeyiYqg/s1600/Teatro_Municipal_Rio_de_Janeiro.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhB87jhh0UtGZDgauQgiEEv0EFmvqLSf27SctRY4RAt284Rqbh_8UkD6OJa3G3MUMciJfrAqVr8M88ekLoF4VWv245dslxi6xipPKnwtD27kxvTIkzHBG9HM1mDsvFTWUeoeyiYqg/s1600/Teatro_Municipal_Rio_de_Janeiro.jpg" height="300" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Que pena que a reforma do Municipal não restaurou o repeito do público... </td></tr>
</tbody></table>
Aviso: o desabafo que você está prestes a ler oscila numa tênue linha entre a ode ao respeito e a chatice de galocha. <br />
<br />
A partir de hoje, vou pensar cinco vezes antes de sair de São Paulo para ver algo no Theatro Municipal do Rio. Porque é simplesmente inadmissível querer assistir a um espetáculo de quem você valoriza e honra ao lado de quem não se importa de forma alguma com quem está ao lado e, muito menos, com o artista que está à frente. <br />
<br />
No último sábado, durante a Gala Royal Opera House, fiquei ensanduichada entre espécimes que exemplificam bem isso. Do lado esquerdo, uma dupla de senhoras de cabeça branca, aparentemente na casa dos 80 anos, não parava de falar durante as aberturas de atos, com peças de Wagner e Verdi. Do lado direito, um senhor permaneceu o espetáculo inteiro com a luz do celular ligada para acompanhar a "evolução" do espetáculo lendo o programa. No intervalo, percebi que a esposa deste acompanhava a transmissão da novela das 21h, por um tablet, com closed caption.<br />
<br />
Ainda neste intervalo, enquanto passeava no hall, um jovem senhor com sotaque estrangeiro perguntou a um dos lanterninhas se não seria possível dar um puxão de orelha no público, pelo sistema de locução, censurando o falatório geral. O funcionário nem cogitou a hipótese. Na volta para o segundo ato, reafirmaram apenas o de sempre: sem fotos, sem bebidas, sem comida (e, obviamente, ainda tivemos que lidar com flashes e ver gente com garrafinha de água na plateia). <br />
<br />
Ah! Tem ainda o fato de que, tanto antes do início do espetáculo quanto neste mesmo intervalo, fui comprar o programa e descobri que ele estava esgotado. "Agora só amanhã", disse-me o segurança. <br />
<br />
Ano passado, vendo a montagem de "Coppelia" nesta mesma casa, numa montagem do Balé do Theatro Municipal do Rio, fiquei paralisada. Diante do ti-ti-ti atrás de mim, quando os bailarinos já estavam até mesmo em cena, me virei, olhei para a garota que estava falando e fiz aquele sinal de silêncio das enfermeiras, sabe? Com o dedinho na frente dos lábios. A menina se calou imediatamente e eu retornei para ver o espetáculo achando que estaria, enfim, em paz. Daí alguém me dá um tapinha no ombro, me viro e a mãe dela brada em alto e bom som: "Não fale assim com a minha filha, não!!!" <br />
<br />
Que reação é possível diante de uma inversão de valores como essa?<br />
<br />
Arte é imersão. Adoro a potencialidade encerrada nas três paredes da caixa cênica e todas as trocas que permeiam a fronteira entre o palco e a plateia. Gosto de ver como um artista "funciona" diferentemente com plateia vazia e cheia, e quão maravilhoso é ver-se parte de uma obra, sair dela tocado de alguma forma, com a cabeça fervilhando de ideias, com uma poesia visual dentro de si. <br />
<br />
Isso já não é fácil com as condições ideais de temperatura e pressão, quando a maior parte desse peso fica mesmo no ombro dos artistas e em nossos olhares de juiz. Imagine quando NADA no ambiente ao redor favorece, nem a belíssima arquitetura que envolve a cena, nem a equipe da casa que não se estrutura para imprimir um mínimo de programas capaz de atender aos espectadores.<br />
<br />
Depois dessa noite, amanheci em São Paulo e resolvi assistir a um concerto matinal da Orquestra Sinfônica Municipal. Sala um tanto esvaziada, um programa com peças de Respighi e Rimsky-Korsakov e um jovem maestro italiano convidado sobre o qual nunca tinha ouvido falar até então. <br />
<br />
Houve falhas? No meu ouvido de leiga, um pouquinho, sim. Um desafino no violino aqui, um oboé brevemente mais abafado do que o usual acolá. Mas o resultado conseguiu me emocionar de um jeito que a plateia lotada do sábado não me deixou nem tentar alcançar. E o melhor mesmo foi sentir, na hora dos aplausos, que a minha sensação parecia ser a mesma daqueles que aceitaram dividir, durante hora e meia, aquele espaço ao meu lado. Com respeito e admiração (sim, é simples assim). Amanda Queiróshttp://www.blogger.com/profile/07517978738668826432noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5710396.post-85074597371142748472013-02-22T23:48:00.002-03:002013-02-22T23:53:11.383-03:00BallethunterHá pessoas que viajam para apreciar vinhos. Outras, para conhecer museus. Há ainda aquelas que se aventuram por restaurantes mundo afora. Eu, basicamente, viajo para ver dança.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg8QJNcnopNSy1pMZM5Ng-Pah60BgqNrYvSiRAh504LtiZ1w7fHBhYbDtlybVdXqpA7zktiSyILml6ewBBl3cmslVVWiuaHD_PwgV9PtYBegTeJM8Y_RX-c2hSOjUpE0xUzUcxPEA/s1600/untitled.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg8QJNcnopNSy1pMZM5Ng-Pah60BgqNrYvSiRAh504LtiZ1w7fHBhYbDtlybVdXqpA7zktiSyILml6ewBBl3cmslVVWiuaHD_PwgV9PtYBegTeJM8Y_RX-c2hSOjUpE0xUzUcxPEA/s1600/untitled.png" height="354" width="640" /></a></div>
<br />
Cresci vendo 4 ou 5 fitas VHS com gravações de raras transmissões de balés numa TV paga ainda capenga no Brasil. Em um tempo sem YouTube e com mercado de fitas importadas praticamente inexistente, essa era uma das únicas maneiras de 1) conhecer balés de repertório e as principais companhias capazes de montar peças do tipo com propriedade 2) saber quem eram e como dançavam os grandes bailarinos da minha geração (mesmo com uns dez anos de defasagem).<br />
<br />
Não faço ideia quantas vezes revi tudo (bem, pelo menos foi o suficiente pra deixar as VHS sem mofo até hoje). A questão é que, junto desse hábito, veio o desejo de ver essas grandes companhias e suas montagens ao vivo, o que, convenhamos, não é nada fácil quando se mora no Brasil - e, no meu caso até bem pouco tempo atrás, quando se está em uma cidade sem palco adequado e fora do circuito de turnês internacionais.<br />
<br />
A única saída pra isso estava mesmo... lá fora. Desse modo, logo após começar a trabalhar, passei a organizar minhas férias tendo isso em mente.<br />
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Foi assim que acabei celebrando meu aniversário de 24 anos assistindo ao Bolshoi com sua versão mais recente de "O Corsário" na Ópera de Paris (a elegantérrima Maria Alexandrova fazia Gulnara). Também foi assim que vi Zenaida Yanowsky dançar meu amado "Sylvia" no Royal Opera House, numa dobradinha, no dia seguinte, com "O Quebra-Nozes", conferido de pé, por singelas 6 libras, lá do fundão do teatro (o que não atrapalhou em nada de me emocionar com a Fada Açucarada de Roberta Marquez no palco que ela abraçou como lar).<br />
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Mesmo estando agora a 2 horas e meia de Buenos Aires, conheci a capital portenha apenas quando o Balé do Teatro Colón resolveu montar "Manon", e só dei de cara com a capital basca porque o Ballet Béjart calhou de fazer turnê por lá justo quando estava de passagem pela Espanha. Também intensifiquei a ponte aérea com o Rio para ver, pela primeira (e última) vez, Ana Botafogo no balezão "Onegin" e descobrir o jeito de Márcia Jaqueline dançar em "Coppelia".<br />
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Ok, há um pouco de capricho em tudo isso. Mas a questão é que cada novo teatro guarda uma história e cada companhia, uma visão de mundo e de encarar a arte que ganha uma dimensão completamente outra quando conferida "em casa".<br />
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O fato é que, hoje em dia, praticamente todas as minhas viagens de lazer se organizam em torno disso. Penso sempre em um destino, uma companhia e vou atrás das possíveis temporadas (não necessariamente nessa ordem). A verdade é que só compro a passagem depois de já ter os ingressos garantidos.<br />
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Escrevo tudo isso um tanto sob o efeito da euforia. Acabei de passar o cartão para uma pequena parte da "spring season" do NYCB, o fruto de Balanchine. São cinco programas distintos, um dia após o outro, com direito a um mix de obras de novos coreógrafos e de clássicos. Pra completar, estou no aguardo do início das vendas para outros dois programas do ABT. No meio tempo, rastreio mais possibilidades nas adjacências...<br />
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Mais do que dinheiro, tudo isso exige mesmo é planejamento. E planejar, no caso de viagens, representa uns 50% da graça de tudo.<br />
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Enquanto a viagem não chega, vou esquentando em nível nacional. Próximo fim de semana é hora de voltar ao Rio para a histórica gala do Royal Opera House por lá. Afinal, a caça a balés é um hobby sem fim.<br />
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Amanda Queiróshttp://www.blogger.com/profile/07517978738668826432noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5710396.post-49314255824164807002012-12-11T13:30:00.002-02:002012-12-11T13:39:50.618-02:00Carlton Dance versão O Boticário<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgWa1VuEiQFGvXmKunfLkwDp4-ZKn4sn8jpKTHyraxtjD5ufjhzFEzS4UiRs5Bp08BiZclryw6hDqK18qsdwIYQT_Fam9uvoANlVQQjJ00gHA4v9IlFWgVqyDJ4tsGNYx_K5JLOug/s1600/PeepingTom.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgWa1VuEiQFGvXmKunfLkwDp4-ZKn4sn8jpKTHyraxtjD5ufjhzFEzS4UiRs5Bp08BiZclryw6hDqK18qsdwIYQT_Fam9uvoANlVQQjJ00gHA4v9IlFWgVqyDJ4tsGNYx_K5JLOug/s1600/PeepingTom.jpg" height="262" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Peeping Tom, da Bélgica, vem pela primeira vez ao Brasil</td></tr>
</tbody></table>
Hoje pela manhã O Boticário levou Ana Botafogo, a Cisne Negro Cia. de Dança e jornalistas ao Theatro Municipal de São Paulo para anunciar algo há muito, muito esperado. Finalmente uma empresa não pública e de grande porte se deu conta de que vale a pena patrocinar dança! Com isso, nasce o 1º Festival O Boticário na Dança, que acontece entre os dias 1º e 9 de maio no Rio, em São Paulo e em Curitiba.<br />
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O mais legal é sua programação, que dá uma sacudida nas atrações que nos acostumamos a ver por aqui. Integram o line-up quatro companhias inéditas em solo brasileiro: a Shen Wei (EUA), Peeping Tom (Bélgica), Maribor Ballet (Eslovênia) e Hofesh Schecter (Reino Unido).<br />
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Sério, esta é uma seleção MUITO BOA. Esses são grupos pouco conhecidos por aqui, mas que estão bombando lá fora e que necessitam de uma estrutura poderosa para suas apresentações, algo que ninguém tinha tido coragem de bancar até agora. Como afirmou Monique Gardenberg, da produtora Dueto, que está organizando o evento, a dança só se realiza ao vivo – e, definitivamente, nenhum YouTube substitui o peso que essas peças têm no palco.<br />
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O Festival também trará companhias nacionais robustas, como a Quasar (GO), a Mimulus (MG) – que passa a ter um patrocínio regular da empresa – e o Grupo de Rua de Bruno Beltrão (RJ), núcleo com forte prestígio e trânsito internacional, mas que pouco se apresenta no Brasil por causa, puramente, das limitações técnicas impostas pela falta de grana de festivais e produtores dispostos a apresentar o trabalho dele.<br />
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Além da Mimulus, a mineira 1º Ato Companhia de Dança também passa a ser apoiada diretamente, assim como os festivais Vivadança e de Joinville. Faltou alguma ação mais para cima do mapa, capaz de abranger o Nordeste de cima (Fortaleza, Natal, Teresina, entre outros) e o Norte. Mas, para um começo, as ações parecem bem embasadas e têm tudo para vingar.<br />
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Afinal, na coletiva, O Boticário afirmou que este projeto é de longo prazo e não é pontual. Ou seja, o Festival tem tudo para se transformar no novo Carlton Dance, evento que potencializou a dança cênica no Brasil e recolocou o país no mapa das atrações internacionais (e que também tinha a assinatura de Gardenberg).<br />
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O investimento do primeiro ano de operações, financiado via leis de incentivo, deve ficar entre R$ 10 milhões e R$ 15 milhões – este último número equivale ao orçamento da São Paulo Cia. de Dança em 2012. E o melhor: ingressos entre R$ 15 e R$ 100 – bem mais acessível do que a realidade de ingressos de espetáculos de dança que vem sendo aplicada no Brasil (deu dó ver a plateia do Municipal esvaziada para ver o Nederlands Dans Theater, que tinha ingressos a R$ 340!).<br />
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Confesso, fiquei animada. E é para se animar mesmo. Espero que o público se dê conta disso.<br />
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<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHxhyQ_eZ6k4R2nlXqyNtipRhnvNeLP1CqGrXx3djo5oJSPPnZwBD7fP3DgAm-wlNGZngvn68KmV_Dpr3L9lbBN2zTTIvOfIS0Vj4688XsU2mIKmMa14Qf0XLbHj79-8aWEwzNdw/s1600/hofeshshcechter.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHxhyQ_eZ6k4R2nlXqyNtipRhnvNeLP1CqGrXx3djo5oJSPPnZwBD7fP3DgAm-wlNGZngvn68KmV_Dpr3L9lbBN2zTTIvOfIS0Vj4688XsU2mIKmMa14Qf0XLbHj79-8aWEwzNdw/s1600/hofeshshcechter.JPG" height="345" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Hofesh detona muito com o seu "Political Mother"</td></tr>
</tbody></table>
Amanda Queiróshttp://www.blogger.com/profile/07517978738668826432noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5710396.post-89457224718189756612012-12-08T17:27:00.003-02:002012-12-08T17:33:48.518-02:00Muito além de "Quebra-Nozes"Nem só de "Quebra-Nozes" se faz o dezembro dos teatros São Paulo afora. Este ano, então, a safra natalina vei com uma seleção bastante forte. Além da tradicional encenação da Cisne Negro Cia. de Dança, em cartaz no <a href="http://www.teatroalfa.com.br/" target="_blank">Teatro Alfa</a> até o dia 16, tem pelo menos três eventos imperdíveis antes de chegarmos a 2013. <br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg5YY4Hifoau0aedXSHaSYy7Up7Zml9uovZoOKg2lu3MZQjfEDekpm6WQNfSCnwrJvGV5-iSadBYDoIPnCe14S2MDRXAa9gjQRJvIjDn-HPyZCkGzLS1WjbZcRJ86S5REA90GId5w/s1600/TMSP_Bal%C3%A9+da+Cidade_T.A.T.O._foto+Jo%C3%A3o+Mussolin_02.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg5YY4Hifoau0aedXSHaSYy7Up7Zml9uovZoOKg2lu3MZQjfEDekpm6WQNfSCnwrJvGV5-iSadBYDoIPnCe14S2MDRXAa9gjQRJvIjDn-HPyZCkGzLS1WjbZcRJ86S5REA90GId5w/s1600/TMSP_Bal%C3%A9+da+Cidade_T.A.T.O._foto+Jo%C3%A3o+Mussolin_02.jpg" height="400" width="265" /></a>O primeiro, já em curso, é o 12o Panorama Sesi de Dança, que abriu na última quarta e segue até o dia 16 no <a href="http://www.sesisp.org.br/cultura" target="_blank">Teatro do Sesi</a>. Com curadoria de Ana Francisca Ponzio, o festival aposta na pluralidade e apresenta 11 espetáculos que ressaltam a diversidade dessa linguagem - e o melhor, <u><strong>tudo é de graça</strong></u>! Ponzio buscou mesclar grupos nacionais com estrangeiros, como é o caso da alemã Cia. Toula Limnaios, que apresenta o espetáculo "Wut" neste sábado e domingo. A programação continua a partir da próxima quarta. O destaque fica com a carioca Renato Vieira Cia. de Dança, que põe em cena "Boca de Lobo" na sexta-feira, e a potiguar Cia. Gira Dança, no domingo, que apresenta a coreografia "Sobre Todas as Coisas", de Mário Nascimento, com um elenco de bailarinos deficientes físico.<br />
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Os dois próximos eventos acontecem no fim da semana e põem em evidência as duas companhias oficiais de dança sediadas na capital. Dias 12 e 13, a São Paulo Cia. de Dança estreia no <a href="http://site.teatrogeo.com.br/" target="_blank">Teatro Geo</a> uma projeto muito bacana chamado "Ateliê de Coreógrafos Brasileiros". Nesta primeira edição, convocou-se Alex Neoral, Rui Moreira e Jomar Mesquita para criar peças de mais ou menos dez minutos para os bailarinos do grupo. Ao programa, somou-se a já conhecida "Bachiana no 1", de Rodrigo Pederneiras, que teve estreia em abril deste ano. <br />
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O último destaque fica com o Balé da Cidade de São Paulo, que fecha o ano no <a href="http://www.ingressorapido.com.br/Evento.aspx?ID=24713" target="_blank">Theatro Municipal</a>, do dia 13 oa 16, com "T.A.T.O." (foto),<strong><em><span style="color: #333333; font-size: large;"> </span></em></strong>coreografia nova de Jorge Garcia para o conjunto, que terá orquestração ao vivo pela Orquestra Sinfônica Municipal sob a regência de Luis Gustavo Petri. Ao programa soma-se ainda "Ter/Alado", de Renato Vieira, estreada em outubro.<br />
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É tudo obra fresquinha, em contraponto ao calorão que anda fazendo por aqui. Mas vale a pena vencer a preguiça, enfrentar o trânsito de Natal e curtir essas peças para entrar em 2013 com ideias novas na cabeça.Amanda Queiróshttp://www.blogger.com/profile/07517978738668826432noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5710396.post-3250415082371735382012-12-04T01:43:00.000-02:002012-12-08T14:54:30.476-02:00Ao redor do mundoOk, sei que tudo aqui anda ainda meio tosco, mas não queria perder o timing.<br />
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<iframe frameborder="0" height="300" marginheight="0" marginwidth="0" scrolling="no" src="https://maps.google.com/maps/ms?msid=212089588937044156604.0004cfe73e30b15a1c6bf&msa=0&ie=UTF8&t=m&ll=32.842674,-54.492187&spn=94.710896,149.414063&z=2&output=embed" width="550"> style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0"></iframe><br />
<small>Visualizza <a ahref="ahref" href="https://maps.google.com/maps/ms?msid=212089588937044156604.0004cfe73e30b15a1c6bf&msa=0&ie=UTF8&t=m&ll=32.842674,-54.492187&spn=94.710896,149.414063&z=2&source=embed" style="color: blue; text-align: left;">Ao redor do mundo</a> in una mappa di dimensioni maggiori</small> <br />
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No último fim de semana a <a href="http://www.revistadedanca.com.br/reportagem.php?id=50" target="_blank">Revista de Dança</a> publicou uma reportagem minha sobre as dores e delícias de ser um primeiro-bailarino. Para fazê-la, saí garimpando e pentelhando (por meses a fio) alguns dos maiores talentos brasileiros da área - a maioria com bases fincadas no topo da hierarquia de algumas das principais companhias de dança do mundo. Eles estão tão espalhados por aí que acabei fazendo um mapinha para ajudar a situar justamente os que se estabeleceram no exterior. Esses foram os nomes que consegui levantar. Você sabe de mais algum? Amanda Queiróshttp://www.blogger.com/profile/07517978738668826432noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5710396.post-14012633741470434932012-11-27T00:42:00.000-02:002012-11-27T01:42:52.602-02:00Levanta e sacode a poeiraFaz pouco mais de quatro anos que abandonei este espaço. É quase o mesmo tempo da minha decisão de mudar cidade, de emprego e de vida. Naquela época, o hoje esquecido "Sob a Luz da Fama" (2001) era um filme-referência para todas as mocinhas de qualquer academia da balé. Dina Nina e sua Do Dance eram praticamente a única marca "fofa" de artigos de dança do Brasil. Larissa Lerzhnina, ex-Kirov e Het, era a étoile da vez, e novas bailarinas eram conhecidas via fotologs (alguém ainda lembra o que era isso?). Tinha também uma novidade chamada YouTube que chegou a ser mencionada neste blog como um simples site com "alguns" vídeos de dança, mas era então público e notório que a melhor forma de ver trechos de balés era mesmo via download de arquivos com no máximo 30 segundos de duração - afinal, qualquer coisa maior que isso congestionava a internet com velocidade máxima de 300 kb.<br />
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Tá, todo mundo diz o quanto a tecnologia acelerou tudo muito rapidamente, mas confesso que me surpreendi com esse andamento ao reler todos os posts publicados entre 2005 e 2008 neste blog. A forma de consumir e de se informar sobre dança é completamente outra hoje, ainda mais com as redes sociais. A circulação aumentou e é fácil ficar perdida no mar de dados que a ciberesfera nos traz.<br />
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Como já disse, eu também mudei - de cidade, de emprego, de estudos. Mas algo permanece intacto: meu "amor pela dança". Sei que a expressão soa romântica, juvenil e inapropriada para os meus quase 29 anos. Acontece que ainda não encontrei mesmo nada capaz de descrever melhor essa minha relação com ela. A dança impregnou na carne, no olhar, no trabalho.<br />
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Volto para cá porque, recentemente, consegui calçar novamente as sapatilhas e passei a levar meus pliés, attittudes e entrechats regularmente, mais uma vez, a um salão de aula. Não sei explicar direito o motivo, mas essa aparentemente simples transformação na rotina, que poderia ser vista como um compromisso a mais no dia, bastou para que eu me reorganizasse por completo. Planos que nunca saíam do papel, comentários que fazia para os amigos, ideias que corriam soltas... Bem, acho que chegou a hora de colocar tudo isso em prática. E este blog, o spin-off do meu finado e saudoso site de balé*, será o veículo para isso.<br />
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Um novo layout virá em breve, assim como a estruturação dessa nova fase, que há de ganhar contornos mais claros nas próximas semanas. Meu plano é dividir e compartilhar o que julgo legal no mundo da dança e com o qual ando esbarrando por aí. Vamos ver se vocês concordam. :)<br />
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*O "Uma Bailarina..." resistiu bravamente nos mares internéticos até 2009, quando o servidor GeoCities foi desativado e o Terra desabilitou seu serviço de hospedagem. Ele ainda pode ser encontrado em <a href="http://www.archive.org/">www.archive.org</a>, uma espécie de cemitério de websites que permite a visualização de páginas antigas mediante o endereço original - no caso, o link <a href="http://www.geocities.com/balletclub/ballet1.html">http://www.geocities.com/balletclub/ballet1.html</a>.Amanda Queiróshttp://www.blogger.com/profile/07517978738668826432noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5710396.post-9862636358652363862008-07-23T09:24:00.006-03:002008-12-09T17:25:29.106-02:00<strong><span style="font-size:85%;">FORTALEZA NO MAPA</span></strong><br /><span style="font-size:130%;"><strong>Thiago Soares vem para cá</strong></span><br /><br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiOLVjMEbmeh5uBXeqsooAA7EIm-7JG2QT9Rk1Uss7MptY4o-pn5_WeiORGPAbpMRL-IBbo4QxYVgoulJWQ4WatnrXKq7IkWod2JP05QkyOznCcrfIX30yQJQ1Xiq2l_qpNDHqB2w/s1600-h/07341219.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5226190234161948930" style="FLOAT: right; MARGIN: 0px 0px 10px 10px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiOLVjMEbmeh5uBXeqsooAA7EIm-7JG2QT9Rk1Uss7MptY4o-pn5_WeiORGPAbpMRL-IBbo4QxYVgoulJWQ4WatnrXKq7IkWod2JP05QkyOznCcrfIX30yQJQ1Xiq2l_qpNDHqB2w/s200/07341219.jpg" border="0" /></a>Desculpem o bairrismo, mas ele se explica com o simples fato de ser raríssimo termos grandes estrelas do balé se apresentando por estas terras. O principal motivo é a falta de um palco adequado para uma grande companhia. Acontece que o espetáculo de Thiago é uma gala e, por conta disso, o bailarino estará aqui, dia 25 de agosto, com outras estrelas internacionais, para uma apresentação no Theatro José de Alencar!<br /><br />Estou eufórica! É difícil até de acreditar, mas tá aí o release para vocês verem como é de verdade!!! O espetáculo passa ainda pelo Rio de Janeiro, por Salvador, Belo Horizonte, Brasília e São Paulo.<br /><br /><br /><strong><span style="font-size:130%;">THIAGO SOARES </span></strong><br /><strong><span style="font-size:130%;">AND FRIENDS NO BRASIL</span></strong><br />Estrela do Royal Ballet de Londres, o brasileiro Thiago Soares é, sem dúvida, uma das principais revelações do balé clássico mundial nas últimas décadas. Tendo iniciado sua carreira no Ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, ainda bastante jovem, foi convidado a integrar os quadros da celebrada companhia inglesa apenas quatro anos depois.<br />Thiago se juntou à Dell´Arte Soluções Culturais para a realização de um espetáculo especial, que traz para os palcos brasileiros, além de Thiago, nomes como a nova estrela do Royal Ballet, Marianela Nuñez, além de outros astros da dança internacional como Alicia Amatriain, Laura Morera, Jason Reilly, Ricardo Cervera, David Makhateli e Natalia Kremen.<br />Thiago Soares & Friends no Brasil será visto no Theatro Municipal do Rio de Janeiro no dia 18 de agosto; no Teatro Cláudio Santoro de Brasília no dia 21 de agosto; no Teatro Castro Alves, em Salvador, no dia 22 de agosto; no Palácio das Artes, em Belo Horizonte, no dia 23 de agosto; no Teatro José de Alencar, em Fortaleza, dia 25 de agosto; e no Theatro Municipal de São Paulo no dia 26 de agosto.<br /><br /><span style="color:#666666;"><strong>O Espetáculo</strong></span><br />Magia e encantamento: duas palavras que se aplicam perfeitamente ao mundo da dança, especialmente ao do balé clássico. Nada mais eletrizante do que assistir à performance de bailarinos brilhantes encarnando as personagens de contos de fada, recriando os grandes momentos dos balés que embalaram os sonhos de crianças e de adultos. Contar um pouco da história da dança universal, trazendo para o público coreografias de estilos diferenciados – do clássico ao contemporâneo, pas-de-deux consagrados dividindo o mesmo programa com tangos argentinos, momentos eternizados nos palcos ao longo de centenas de anos, mostrados para o público em um mesmo espetáculo.<br /><br />Thiago Soares, primeiro bailarino do Royal Ballet de Londres sugeriu o formato do espetáculo, um modelo hoje tradicional nas temporadas européias. Para acompanhá-lo foi feita uma seleção criteriosa de outras grandes estrelas da dança que iriam compor o “cast” do espetáculo. O próprio bailarino se encarregou de convidar alguns companheiros para dividirem com ele o palco. E foram surgindo os nomes: Alicia Amatriain, Laura Morera, Marianela Nuñez, Natalia Kremen, David Makhateli, Jason Reilly e Ricardo Cervera - todos eles astros de renome internacional, integrantes das mais prestigiosas companhias européias. Montado o elenco, o espetáculo ganhou seu nome: “Thiago Soares & Friends no Brasil”.<br /><br />Segunda decisão: sacudir um pouco a poeira e inovar, trazendo, ao lado de números bastante conhecidos do público, outros inteiramente inéditos no Brasil, todos eles assinados por grandes coreógrafos.<br /><br />Assim, definidos os bailarinos, foi nascendo o programa. Entre os primeiros números definidos estavam Les Bourgeois – uma coreografia de grande impacto feita por Ben VanCauwenberg, sobre música do grande Jacques Brel. Esta coreografia vem sendo apresentada por alguns dos melhores bailarinos da atualidade e Thiago recebeu de seu próprio autor o direito de apresentá-la durante três anos; Romeu e Julieta (Cena do Balcão) – uma das coreografias brilhantes de um dos maiores criadores de pas-de-deux das últimas décadas, o mago Leonid Lavrovsky; Tchaikovsky Pas-de-Deux – uma homenagem de George Balanchine, o maior nome da corrente de balé neo-clássico, à grande tradição do balé romântico; e A Buenos Aires – uma feliz criação de Gustavo Mollajoli sobre música de Astor Piazzola, dedicada ao bailarino Julio Bocca, que com ela conquistou a Medalha de Ouro no Concurso Internacional de Dança de Moscou.<br /><br /><strong><span style="color:#666666;">Os bailarinos<br /></span>Thiago Soares e Marianela Nuñez</strong> – partners habituais, são mais novos primeiros bailarinos do Royal Ballet de Londres e têm se apresentado como convidados nos principais teatros do mundo. Unidos em cena, acabaram levando a paixão para a vida real, onde formam um simpático casal. Thiago nasceu no Rio de Janeiro e sua primeira experiência foi com a “street dance”. Começou na dança clássica no Centro de Dança Rio, onde foi descoberto e convidado, em 1998, a integrar o quadro de bailarinos do Theatro Municipal. Foi um ano muito especial, que o viu também conquistar a Medalha de Prata do Concurso Internacional de Dança de Paris. O ouro viria em 2001, no Concurso Internacional de Dança de Moscou. No ano seguinte arrumava as malas. Destino: Royal Ballet de Londres.<br />Marianela é filha de Buenos Aires, onde cursou a Escola de Balé do Teatro Colón. Começou a vida profissional excursionando com Maximiliano Guerra e o Ballet do Colón. Em 1997 segue para Londres, onde freqüenta a Escola do Royal Ballet, cuja companhia passaria a integrar no ano seguinte. Em 2002 o grande salto: é elevada à categoria de primeira Bailarina.<br /><br /><strong>Alicia Amatriain</strong> – Primeira bailarina do Stuttgarter Balé. Espanhola de San Sebastian, estudou na Escola de John Cranko em Stuttgart, onde dançou vários papéis importantes. Em 1998 foi contratada pelo Ballet de Stuttgart como aprendiz. No ano seguinte já integrava o corpo de baile da companhia, sendo promovida a primeira bailarina em 2002.<br /><br /><strong>Laura Morera</strong> – Espanhola de Madri, é primeira bailarina do Royal Ballet de Londres. Depois de freqüentar a The Royal Ballet School, ingressou na companhia em 1995, passando a Primeira Solista em 2002.<br /><br /><strong>Natalia Kremen</strong> – A jovem Natalia promete ser uma das grandes revelações da dança clássica na Europa, onde tem recebido críticas encorajadoras. Atualmente é artista do English National Ballet.<br /><br /><strong>David Makhateli</strong> – Primeiro bailarino do Royal Ballet de Londres desde 2003, o georgiano também se formou na escola da companhia. Colecionador de prêmios, é laureado do Prix Lausanne e do Concurso Internacional de Ballet Diaghilev. Foi premiado ainda no Concurso Internacional de Ballet de Paris. Dançou com o BRB e com o Ballet Nacional de Holanda por toda a Europa, Ásia e Américas, e como primeiro bailarino no Houston Ballet.<br /><br /><strong>Jason Reilly</strong> – Primeiro bailarino do Stuttgarter Ballet, é canadense de Toronto, formou-se na Escola Nacional de Balé da cidade. Em 1997 ingressava no Ballet de Stuttgart, onde foi promovido a Primeiro Solista em 2003, tornando-se logo um dos favoritos do público e dos coreógrafos, que criaram diversas peças especialmente para ele.<br /><br /><strong>Ricardo Cervera</strong> – Natural de Málaga, é solista do Royal Ballet de Londres, cuja escola cursou antes de ingressar na companhia, em 1993. Em 2002 era promovido a Primeiro Solista.<br /><br /><span style="color:#666666;"><strong>Programa</strong></span><br /><strong>“Tchaikovsky Pas de deux”<br /></strong>Coreografia: George Balanchine<br />Música: Tchaikovsky<br /><br /><strong>“Nocturne”<br /></strong>Coreografia: Lian Scarlett<br />Música: Chopin<br /><br /><strong>“Gisele” - pas de deux</strong><br />Coreografia: Jean Coralli, Jules Perrot e Marius Petipa<br />Música: Adolph Adam<br /><br /><strong>“Ballet 101”</strong><br />Coreografia e musica: Eric Gauthier<br /><br /><strong>“Coppelia” - Ato 3 - Grand pas de deux<br /></strong>Coreografia Ninette de Valois<br />Música: Leo Delibes<br /><br />Intervalo<br /><br /><strong>''A Buenos Aires”</strong><br />Coreografia: Gustavo Mollajoli<br />Música: Astor Piazzola<br /><br /><strong>“Romeo and Julieta" - Balcony Pas de deux</strong><br />Coreografia Leonid Lavrovsky<br />Música: Sergei Prokofiev<br /><br /><strong>“Les Bourgeois”</strong><br />Coreografia: Ben Van Cauwenbergh<br />Música: Jaques Brel<br /><br /><strong>“Le Grand Pas de deux”</strong><br />Coreografia: Christian Spuck<br />Música: Gioachino Rossini<br /><br /><strong>“Le Corsaire - pas de Trois”</strong><br />Coreografia: Marius Petipa<br />Música: R. Drigo<br /><br /><strong><span style="color:#666666;">SERVIÇO</span></strong><br /><strong>Rio de Janeiro </strong><br />Local: Theatro Municipal<br />Data: 18 de agosto<br />Horário: 20:30h<br /><br />Vendas: Theatro Municipal<br />Disque Dell`Arte: 3235-8545 / 2568-8742<br /><a href="http://www.ticketronic.com.br/" target="_blank">http://www.ticketronic.com.br/</a><br /><br />Preços:<br />Frisa e Camarote: R$ 600,00<br />Balcão Nobre e Platéia: R$ 100,00<br />Balcão Simples: R$ 70,00<br />Galeria: R$ 30,00<br /><br /><strong>Brasília </strong><br />Local: Teatro Nacional Claudio Santoro: Sala Villa Lobos<br />Data: 21 de agosto<br />Horário: 21:00hs<br /><br />Vendas: Teatro Nacional Claudio Santoro: Sala Villa Lobos<br />Disque Dell´Arte Nacional: 4002-0019 - o custo é de ligação local<br />Promoção lançamento Disque Dell´Arte Nacional: comprando o ingresso pelo telefone o cliente recebe seu ingresso em casa sem custo adicional.<br /><br />Preço: R$ 120,00<br />Meia entrada: Estudante, Clube VIP, Doadores de alimentos (R$ 60,00)<br /><br /><strong>Salvador</strong><br />Local: Teatro Castro Alves<br />Data: 22 de agosto<br />Horário: 21:00<br /><br />Vendas Teatro Castro Alves: 3117-4899SAC Shopping Barra - 3264.5955/ SAC Shopping Iguatemi - 3450.5922abertura vendas: 07/08<br /><br />Preços:<br />Filas A a P: R$ 100,00<br />Filas Q a Z: R$ 80,00<br />Filas Z1 a Z11: R$ 60,00<br /><br /><strong>Belo Horizonte<br /></strong>Local: Palácio das Artes<br />Data: 23 de agosto<br />Horário: 21:00<br /><br />Vendas: Palácio das Artes - Informações: (31) 3236-7400<br />Disque Dell´Arte Nacional: 4002-0019 - o custo é de ligação local<br />Promoção lançamento Disque Dell´Arte Nacional: comprando o ingresso pelo telefone o cliente recebe seu ingresso em casa sem custo adicional.<br /><br />Preços:<br />Platéia I: R$ 100,00<br />Platéia II: R$ 80,00<br />Platéia Superior: R$ 70,00<br /><br /><strong>Fortaleza<br /></strong>Local: Teatro José de Alencar<br />Data: 25 de agosto<br />Horário: 19h30<br /><br />Vendas: Rua Liberato Barroso s/n - Praça Jose de Alencar<br /><br />Preços:<br />Platéia, Frisas, Camarotes: R$60,00Torrinha: R$30,00<br /><br /><strong>São Paulo<br /></strong>Local: Theatro Municipal<br />Data: 26 de agosto<br />Horário: 21:00<br /><br />Vendas: Theatro Municipal<br /><a href="http://www.ticketmaster.com.br/" target="_blank">http://www.ticketmaster.com.br/</a><br /><br />Preços:<br />Setor I: R$ 100,00<br />Setor II: R$ 80,00<br />Setor III: R$ 60,00<br /><br />Censura: 6 anosAmanda Queiróshttp://www.blogger.com/profile/07517978738668826432noreply@blogger.com0