terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Carlton Dance versão O Boticário

Peeping Tom, da Bélgica, vem pela primeira vez ao Brasil
Hoje pela manhã O Boticário levou Ana Botafogo, a Cisne Negro Cia. de Dança e jornalistas ao Theatro Municipal de São Paulo para anunciar algo há muito, muito esperado. Finalmente uma empresa não pública e de grande porte se deu conta de que vale a pena patrocinar dança! Com isso, nasce o 1º Festival O Boticário na Dança, que acontece entre os dias 1º e 9 de maio no Rio, em São Paulo e em Curitiba.

O mais legal é sua programação, que dá uma sacudida nas atrações que nos acostumamos a ver por aqui. Integram o line-up quatro companhias inéditas em solo brasileiro: a Shen Wei (EUA), Peeping Tom (Bélgica), Maribor Ballet (Eslovênia) e Hofesh Schecter (Reino Unido).

Sério, esta é uma seleção MUITO BOA. Esses são grupos pouco conhecidos por aqui, mas que estão bombando lá fora e que necessitam de uma estrutura poderosa para suas apresentações, algo que ninguém tinha tido coragem de bancar até agora. Como afirmou Monique Gardenberg, da produtora Dueto, que está organizando o evento, a dança só se realiza ao vivo – e, definitivamente, nenhum YouTube substitui o peso que essas peças têm no palco.

O Festival também trará companhias nacionais robustas, como a Quasar (GO), a Mimulus (MG) – que passa a ter um patrocínio regular da empresa – e o Grupo de Rua de Bruno Beltrão (RJ), núcleo com forte prestígio e trânsito internacional, mas que pouco se apresenta no Brasil por causa, puramente, das limitações técnicas impostas pela falta de grana de festivais e produtores dispostos a apresentar o trabalho dele.

Além da Mimulus, a mineira 1º Ato Companhia de Dança também passa a ser apoiada diretamente, assim como os festivais Vivadança e de Joinville. Faltou alguma ação mais para cima do mapa, capaz de abranger o Nordeste de cima (Fortaleza, Natal, Teresina, entre outros) e o Norte. Mas, para um começo, as ações parecem bem embasadas e têm tudo para vingar.

Afinal, na coletiva, O Boticário afirmou que este projeto é de longo prazo e não é pontual. Ou seja, o Festival tem tudo para se transformar no novo Carlton Dance, evento que potencializou a dança cênica no Brasil e recolocou o país no mapa das atrações internacionais (e que também tinha a assinatura de Gardenberg).

O investimento do primeiro ano de operações, financiado via leis de incentivo, deve ficar entre R$ 10 milhões e R$ 15 milhões – este último número equivale ao orçamento da São Paulo Cia. de Dança em 2012. E o melhor: ingressos entre R$ 15 e R$ 100 – bem mais acessível do que a realidade de ingressos de espetáculos de dança que vem sendo aplicada no Brasil (deu dó ver a plateia do Municipal esvaziada para ver o Nederlands Dans Theater, que tinha ingressos a R$ 340!).

Confesso, fiquei animada. E é para se animar mesmo. Espero que o público se dê conta disso.
Hofesh detona muito com o seu "Political Mother"

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