#Vempracá, Alina Somova, vem! Crédito: Divulgação |
Depois de um fraco giro pelo Brasil em 2011, o Balé do Teatro Mariinski (antigo Kirov) volta ao país em novembro do próximo ano dentro da temporada 2014 do Theatro Municipal de São Paulo, anunciada ontem pelo diretor artístico John Neschling. O programa, no entanto, não foi revelado. A única certeza é que a trilha será conduzida pela própria Orquestra Sinfônica Municipal.
Fico naturalmente alvoroçada com qualquer turnê brasileira de companhias internacionais históricas, mas o que os russos apresentaram por aqui há dois anos me faz ver a nova visita com desconfiança. Aproveitando a temporada de protestos pelo Brasil, começo já por aqui uma campanha: queremos os étoiles!
Foi frustrante ver o terceiro elenco do grupo apresentado como astros da dança do leste europeu quando, a olhos vistos, eles simplesmente NÃO ERAM, fazendo vir abaixo o clichê (que perdura mais de 20 anos após o fim da URSS) de que o Kirov representa a nata do balé clássico mundial ao lado de seu conterrâneo Bolshoi.
Em qualquer temporada dessas, pagamos bem caro pelos ingressos. Da última vez, foi algo em torno de R$ 300, preço equivalente ao das turnês nos Estados Unidos e na Europa. Acho que merecemos ter o mesmo nível apresentado nesses lugares, não?
A outra demanda da campanha é: esqueçam "O Lago dos Cisnes"! É óbvio que esse é um clássico inegável e que é uma delícia assisti-lo com a companhia para a qual Petipa e Ivanov o criaram, mas ele esteve em TODAS as outras quatro turnês do grupo pelo Brasil. Acho saudável o elenco se provar em outros desafios, ainda mais quando se tem um público ainda muito carente de formação.
Quebra-Nozes com sotaque paulistano
Outra novidade da temporada 2014 do Theatro Municipal é uma montagem do clássico "O Quebra-Nozes", em dezembro, pelo Balé da Cidade de São Paulo. Não tenho registro da companhia ter montado tal peça depois da revolução que a assolou nos anos 1970, quando abandonou a faceta de corpo de baile clássico para defender um repertório exclusivamente moderno e contemporâneo.
Não dá para saber, portanto, esta será uma criação ou remontagem de uma coreografia já existente. De qualquer modo, será interessante ver que leitura o grupo dará para a história da noite de Natal inesquecível da menina Clara. O que se sabe é que a peça contará com a Orquestra Experimental de Repertório na execução da trilha de Tchaikovski (1840-1893).
Em 2014, o Balé sobe ainda outras três vezes no palco do Municipal, duas delas com acompanhamento orquestral, mas não foram reveladas as peças que devem compor os programas.
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